Domingo, nove da manhã. Blocos de nuvens espalhadas pelo céu azul refletiam sobre as águas paradas na Baía do Pontal. Barcos estacionados e enfileirados próximos a Orla Lomanto Junior deixavam a paisagem ainda mais exuberante antes do sol começar a esquentar. Peguei minha bike, e fui dar uma volta e parei na banca de jornal para comprar uma revista.

O dia estava perfeito, mas quando olhei em direção a Prainha e vi toda a bagunça que estava por lá desanimei. O cenário era de destruição. Meu amigo jornaleiro havia me informado que há poucos minutos as balsas que estavam ali tinham acabado de partir.

Por um segundo voltei ao tempo e comecei a ver as pessoas chegando e se acomodando sobre a areia fofa e branca daquele lugar. Homens jogavam bola, as mulheres tomavam banho de sol. As crianças se espalhavam na beira da água salgada que vinha do mar, beirando o Morro do Pernambuco, misturando-se com ás águas doces do Rio Cachoeira e indo em direção à Sapetinga onde da para ver o sol deslizar por trás do mangue.

Tinha gente que encostavam seus carros, ligavam o som, acendiam a churrasqueiras e tomavam umas cervejinhas até o entardecer. A prainha era só festa!

Volto à realidade e vejo que os bons tempos ficaram mesmos para trás. Por conta da construção da ponte, alguns moradores tiveram que vender suas casas, comerciantes até hoje se queixam do movimento e o mais grave foram os operários que perderam suas vidas.

Faço a volta pela fábrica de gelo próximo à banca e pedado para ver o estrago de perto.

A rua coberta de barro, a praça cheia de lixo, e em volta um monte de areia suja, mato e poças de água encardida.

Diante desse caos, tiro meu celular do bolso e registro à placa enferrujada que infelizmente informava… PRAIA DA MARAMATA.

Por: Luciano “Píupa” Amaral