A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou comunicado classificando como “inaceitável” a resposta do governo brasileiro, a Vale e a mineradora anglo-australiana BHP pela tragédia em Mariana (MG), nesta quarta-feira, 25. As informações são da BBC Brasil.
A Organização criticou a demora de três semanas para dar informações sobre os riscos gerados pela lama vazada no Rio Doce com o rompimento da barragem da mineradora, no último dia 5. São mencionadas no documento contradições nas informações divulgadas sobre o caso, principalmente por parte da empresa Samarco, que afirmava não haver substâncias tóxicas na lama.
“As providências tomadas pelo governo brasileiro, a Vale e a BHP para prevenir danos foram claramente insuficientes. Este não é o momento para posturas defensivas”, disseram o relator especial para assuntos de Direitos Humanos e Meio Ambiente, John Knox, e o relator para Direitos Humanos e Substâncias Tóxicas, Baskut Tuncak, no comunicado.
Ambos descrevem as consequências provocadas pelo vazamento, incluindo a chegada da lama ao mar. “Poderemos jamais ter um remédio eficaz para as vítimas, cujos parentes ou ganha-pão podem estar debaixo dessa onda de lixo tóxico, e nem para o meio ambiente, que sofreu danos irreparáveis”.
Em entrevistas, a presidente Dilma Rousseff negou ter tratado o caso com negligência. Já a Samarco tem afirmado que suas operações eram regulares, licenciadas e monitoradas dentro dos melhores padrões de monitoramento de barragens.