O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, criticou a falta de coordenação nacional no combate à Covid-19. Ele participou de uma live com o consórcio Conectar, coordenado pela Frente Nacional dos Prefeitos. O grupo, com mais de 1,8 mil municípios participantes, tem como objetivo uma compra coletiva de vacinas, medicamentos e insumos. Na visão de Rodrigo Pacheco, o Brasil não fez a coordenação necessária entre Estados, municípios e governo federal. “Não há nada pior em um momento desse do que a desarticulação. A falta de coordenação. O Brasil realizou, infelizmente, a partir dessa falta de coordenação, algo que nós não devíamos ter feito. Era preciso ter coordenado desde o início todos os entes federados para enfrentar da melhor forma possível essa pandemia.”

O senador relatou ter pedido ao presidente Jair Bolsonaro para que pudesse ser o “coordenador geral de um grupo” para organizar ações de combate à Covid-19, o que acabou gerando o comitê criado com os chefes de Poder. Rodrigo Pacheco negou que o grupo subtraia a autoridade de governadores e prefeitos. E admitiu que o Brasil demorou a agir, principalmente na compra de vacinas. “Nós temos que reconhecer o Brasil atrasou esse processo, esse cronograma. Estamos correndo atrás do tempo. A instituição desse comitê veio com um ano de atraso. É o que podia ser feito.”

Na reunião, os prefeitos pediram ao presidente do Senado maior agilidade na compra de vacinas por meio da atuação diplomática dos senadores. Eles questionaram Rodrigo Pacheco sobre a possibilidade de empresas privadas adquirirem vacinas para imunizar os próprios funcionários. A lei vigente prevê que empresários só podem adquirir vacinas com esse fim após todos os grupos prioritários serem imunizados. O tema pode voltar a ser analisado pelo Congresso nas próximas semanas.

Pacheco afirmou que um projeto para mudar a regra é passível de discussão, mas ainda vê a ideia com ressalvas. “A minha grande preocupação  para o poder público.” Rodrigo Pacheco enviou um ofício ao secretário-geral da ONU, António Guterres, em que pede a antecipação da entrega de vacinas para o Brasil pelo consórcio Covax Facility. O documento classifica a situação do país como “dramática”, já que o Brasil “se tornou o epicentro mundial da pandemia”. Pacheco também pontua que o sistema de saúde do país está “no limite de suas capacidades”.