No Brasil, 1 milhão de pessoas vivem com vitiligo, distúrbio dermatológico crônico que leva à despigmentação da pele, deixando a região afetada com menos melanina que a pele natural do paciente. Com a chegada da modelo mineira Natália Deodato no reality show Big Brother Brasil (BBB) 2022, da TV Globo, ampliou-se o debate sobre a doença, que, por fugir dos padrões estéticos dominantes, pode afetar a confiança e levar a baixa autoestima em quem convive com a condição. De acordo com as dermatologistas e sócias da inDerm, Camila Sampaio Ribeiro e Fernanda Ventin, o vitiligo é uma enfermidade que pode ter associação com outras doenças autoimunes, ou seja, quando as células de defesa do corpo atacam os próprios tecidos.

“Não há cura para o vitiligo, mas tem tratamento com opções muito eficazes. A participação de Natália no BBB e a forma como ela lida com a condição é importante para ajudar outras pessoas que vivem com a doença a driblar o preconceito. É fundamental também destacar que não é uma doença contagiosa, um dos principais mitos que precisam ser derrubados sobre esse distúrbio”, explica Camila Sampaio Ribeiro.

A maioria das pessoas com vitiligo não manifesta qualquer sintoma além do surgimento de manchas brancas na pele. A maior preocupação são os sintomas emocionais que as pessoas podem desenvolver em decorrência da doença. Nesses casos, o acompanhamento psicológico é fundamental.

Quanto mais cedo o tratamento tiver início, quanto mais jovem for o paciente e quanto menor for a área afetada, melhores são os seus resultados, principalmente quando o vitiligo está estável, o que acontece na maioria das vezes. “Entre as opções terapêuticas disponíveis, estão os medicamentos tópicos, medicamentos sistêmicos, fototerapia e laser. O tratamento busca controlar o avanço da doença e estimular a produção da melanina, o que resulta na repigmentação das regiões afetadas”, comenta Fernanda Ventin.

As dermatologistas explicam ainda que o tratamento do vitiligo é individualizado porque muitas variáveis precisam ser levadas em conta e cada pessoa responde de uma forma diferente. Somente o profissional especializado pode indicar a melhor opção ou até mesmo associar tratamentos diferentes. A depender do caso, é possível repigmentar uma grande parte da área afetada, deixando a região uniforme novamente.