As eleições para prefeito e vereadores em Salvador começam a entrar, de fato, nas agendas dos principais partidos nesse início de 2016. Muitas agremiações tentam aumentar a bancada na Câmara Municipal e alguns estudam lançar nomes na disputa do Palácio Thomé de Souza contra o favorito à reeleição, o prefeito ACM Neto (DEM).

Dentre os nomes já postos está o da deputada federal Alice Portugal (PCdoB), que será uma das apostas do governador Rui Costa (PT) na tática de pulverizar candidaturas da sua base de apoio para levar a disputa para o segundo turno. Além da comunista, o deputado estadual Sargento Isidório (Pros) também já definiu sua disposição para concorrer ao Executivo com a bênção do Palácio de Ondina.

Segundo Daniel Almeida, deputado federal e presidente do PCdoB na Bahia, a estratégia do partido será compor um time de candidato ao Legislativo visando o suporte da candidatura de Alice com o objetivo de aumentar a bancada de vereadores. “Temos uma experiência de formar chapa própria. Nas duas últimas eleições fizemos isso e elegemos dois vereadores em cada uma delas. O nosso objetivo é fazer isso novamente montando uma chapa ampla para eleger mais de dois e ampliar o número. Isso passa por querer chegar a quatro e pelo menos sair dos dois. Essa tática está vinculada ao objetivo de formar uma ampla aliança em torno do nome de Alice. Se nessa aliança for conveniente ter coligações, não iremos descartar”, explicou Almeida em entrevista à Tribuna.

“Se os aliados considerarem que é necessário ter coligação, não teremos questão fechada a esse respeito”, ressaltou o dirigente do PCdoB ao contar que conversa com cerca de seis partidos com vistas à aliança para apoiar Alice Portugal na briga pelo Executivo.
No PT, a discussão das estratégias ainda está ganhando forma. O partido possui contra si a dificuldade de encontrar um nome natural dentro da sua fileira para enfrentar o prefeito democrata.

Em reunião no final do mês que se findou, o PT começou a discutir as eleições em um processo que não deve se definir por tão cedo. “Discutimos as políticas de alianças incorporando a participação popular na discussão do programa de governo. Agora, no dia 13 de janeiro, teremos nova reunião do grupo de trabalho eleitoral com algumas lideranças para preparar entre o final de janeiro e início de fevereiro um encontro ampliado para debater as pré-candidaturas nas 35 principais cidades da Bahia”, disse Everaldo Anunciação, presidente do PT na Bahia. Para Salvador, a discussão ainda não decolou e o dirigente lembra que o objetivo inicial é manter os cinco vereadores que possui no Legislativo: “No geral, vamos trabalhar com a meta de manter pelo menos o que nós temos hoje”.

Aliados de Neto querem aumentar bancadas

Partidos que fazem parte do arco de alianças do prefeito ACM Neto (DEM) ensaiam disputar espaço na Câmara de Vereadores sem coligação proporcional para, assim, terem mais chances de eleger mais legisladores. O próprio Democratas já anunciou que tem a meta de fazer até dez vereadores, elegendo o mais e o menos votado na eleição. Em 2012, o partido elegeu três edis em coligação com o PSDB. Aliás, os tucanos, que emplacaram apenas dois vereadores na ocasião, querem elevar o número de representantes e também deve apostar na independência para o Legislativo.

O PMDB, aliado de primeira hora de ACM Neto, elegeu apenas dois vereadores em 2012, mas agora tem integrantes da cúpula da sigla apostando em até oito. Liderado agora em Salvador pelo deputado federal Lúcio Vieira Lima, os peemedebistas apostam no fortalecimento e êxito dos pré-candidatos à Câmara. O PPS, do líder governista Joceval Rodrigues, também tem se reforçado para disputar as eleições de 2016.

Além de receber o vereador Beca, o partido passou a contar com o secretário de Educação, Guilherme Bellintani, que é um dos nomes cotados para a vice do prefeito ACM Neto. O democrata, aliás, tem feito um verdadeiro jogo de xadrez mexendo peças no tabuleiro do Legislativo, levando vereadores da oposição para partidos que integram seu grupo no intuito de se fortalecer ainda mais na disputa pela reeleição.