O plenário do Senado cassou, nesta terça-feira (10), o mandato de Delcídio Amaral (sem partido-MS) com 74 votos a favor, nenhum contra e uma abstenção. Com a decisão, Delcídio passa a ser o terceiro senador a ser cassado pelos colegas na história da Casa, depois de Luiz Estevão e Demóstenes Torres.

Delcídio, que já foi líder do governo no Senado e é um dos principais delatores da Operação Lava-Jato, perde o mandato e o foro privilegiado junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Pelo menos um dos inquéritos a que responde, juntamente com o ex-presidente Lula, deverá ser remetido à primeira instância da Justiça.

A sessão no plenário do Senado teve início às 18h28m, e votação em plenário foi eletrônica e aberta. O presidente do Conselho de Ética, João Alberto Souza (PMDB-MA) se absteve. Delcídio e seu advogado não compareceram. A estratégia dos advogados é recorrer ao Supremo argumentando que nem o senador nem a defesa foram intimados da decisão da CCJ.

Em entrevista ao blog Lauro Jardim, do site do GLOBO, Delcídio afirmou, antes da votação, que irá ao Supremo Tribunal Federal para anular o ato do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de condicionar o agendamento da votação do impeachment de Dilma Rousseff com a aprovação do parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que pediu sua cassação.

Chantagem – O Blog do Lauro Jardim informa ainda que Delcídio ameaçou o presidente do Senado Renan Calheiros e os senadores Edison Lobão (PMDB-MA), Romero Jucá (PMDB-RR) e Jader Barbalho (PMDB-PA) com novas revelações. “Eles que me aguardem. Alguns senadores querem me esquecer, mas eu não me esquecerei de alguns senadores”, disse Delcídio, afirmando que na semana que vem fará um complemento de sua delação.