Recém-formada em engenharia civil, Ana Caroline Gomes, 23, decidiu continuar os estudos e fazer uma pós-graduação. O engenheiro mecânico Gutemberg Rios, 33, estuda migrar para o Canadá. “Aqui não tem muita perspectiva de melhora a curto prazo”, afirma ele, demitido da empresa onde atuava no final de outubro.

Rios faz parte da estatística de 496 demissões na carreira registradas no Distrito Federal no ano passado. Em 2014, já foi possível notar uma redução de vagas: diferentemente de anos anteriores, o saldo entre engenheiros admitidos e desligados naquele ano foi negativo. De acordo com estudo da Federação Nacional dos Engenheiros, foram, ao todo, pouco mais de 52 mil profissionais contratados e 55,1 mil demitidos.

A queda nas atividades da construção civil e a Operação Lava Jato, que investiga suspeitas de corrupção na Petrobras e já prendeu executivos das principais empreiteiras do país, são apontadas como principais fatores para a crise no setor de engenharia. E a expectativa dos profissionais para este ano não é animadora.

Somente no ano passado, de acordo com dados do Ministério do Trabalho, o setor da construção civil fechou 416,9 mil vagas. Nos últimos anos, no entanto, houve aumento da procura pela profissão. Entre as cinco áreas com mais demanda por profissionais (como engenharia civil e mecânica), o número de formandos cresceu 60,6% entre 2010 e 2013.