O ex-presidente do Uruguai, Julio María Sanguinetti, acredita que a eleição do democrata Joe Biden para a Casa Branca deveria resultar em uma “relação madura” do governo do presidente Jair Bolsonaro com os Estados Unidos e com os países vizinhos, na América Latina, deixando de lado a política externa através das redes sociais e do personalismo.

“Espero que o Brasil procure estabelecer com o governo americano uma relação madura. Isso é importante para todos. Não só para o Brasil, mas para a América Latina inteira. O peso do Brasil é muito relevante”, disse.

Para ele, a “relação madura” envolve a retomada dos canais diplomáticos e, ao mesmo tempo, a expectativa de que o Brasil se aproxime dos seus sócios do Mercosul e da América Latina como um todo.

Para o ex-presidente e ex-jornalista uruguaio, é “um erro” que o presidente brasileiro ainda não tenha saudado Biden.

Na opinião de Sanguinetti, que governou o Uruguai em dois mandatos — entre 1985 e 1990 e de 1995 a 2000 —, as palavras de Bolsonaro, como “pólvora”, que usou ao se referir a Biden, tendem a se diluir com o tempo.