O Vitória achou que tinha se livrado de uma visita indesejável, daquelas que assaltam a geladeira, sujam o chão, mexem na TV e ainda saem falando mal de sua casa. Pois este visitante está de volta à Toca. Depois de três temporadas fora da elite do Baianão, o Colo-Colo retorna neste sábado, 21, às 18h30, ao reduto rubro-negro, palco da maior conquista do time de Ilhéus: o título estadual de 2006.
Há nove anos, o Leão amargava a Série C do Brasileiro, mas tinha a chance de faturar o inédito penta estadual. Porém, o Colo-Colo estava no caminho da equipe, que não venceu nenhum jogo contra ele no Barradão. No último, ganhava por 2 a 0, mas levou a virada, e o placar de 4 a 2 na decisão do segundo turno antecipou o fim da competição.
“Arturzinho (técnico do Vitória na época) batia a cabeça na parede sem entender aquilo. Goleávamos, vencíamos todo mundo, incluindo o Bahia, mas quando chegava o Colo-Colo… Só podia ser coisa do além. Aquilo foi uma fatalidade que nunca vi na vida. Eles se fingem de mortos no Barradão e, quando você acha que está bem, acordam e viram… Não tem explicação para aquilo”, lembra o radialista Sinval Vieira, então diretor de futebol do Leão. Na classificação geral de 2006, o Vitória somou 71 pontos, sete a mais do que o rival do interior. Mas falhou nas finais dos dois turnos.
Depois do penta perdido, o Leão até soube despachar a indesejável visita. Em 2007, meteu 7 a 0 no Tigre. Em 2008 e 2009, triunfo do mandante por 3 a 0 e 4 a 0, respectivamente. Entretanto, no último encontro antes da queda do Colo-Colo, em 2011, os ilheenses se despediram bem, vencendo por 1 a 0.
“É complicado vencer o Vitória. Naquela época, tínhamos algumas cartas na manga, o que não vejo no cenário atual. Eles estavam na Terceira Divisão e podíamos peitá-los. No nosso elenco, tinham muitos jogadores humildes e resolvi mandá-los de avião para a decisão do primeiro turno, no Barradão. Teve jogador que chorou quando subiu na aeronave. Depois que vencemos, a turma ficou ousada e só queria ir para Salvador de avião fretado. Chamamos aquela taça de ‘O Título da Decolagem'”, recorda Ferreira, técnico do Colo-Colo na época.
Para evitar turbulência agora, o técnico rubro-negro Ricardo Drubscky deseja um rendimento bem diferente do exibido na vitória de quarta-feira por 2 a 1 sobre o América-RN, em casa, sob vaias. Além de vencer, é preciso convencer.
“Temos uma meta específica para este jogo. Não acredito em superstição e não penso no que ocorreu. Estamos preocupados com nosso adversário e estudando o Colo-Colo para ganhar os três pontos. Posso garantir que teremos uma postura bem diferente da que foi vista no último jogo. Nossos atletas sentiram a má impressão deixada para a torcida”, discursou o treinador.
Na sexta de manhã, mesmo sob forte chuva, Drubscky puxou uma cadeira e conversou durante 40 minutos com os atletas, que, sentados no campo, fizeram o Barradão lembrar uma sala de aula. Na pauta, a obrigação de respeitar o esquema tático e não repetir os erros do duelo passado.
“Naquela partida contra o América, queria fazer umas sete substituições, mas não podia. Eles sabem que não foram bem, e a conversa foi bastante produtiva para colocar as coisas nos eixos. Acho que a gente precisava conversar um pouco. Foi uma partida que não agradou a ninguém. A gente aparou algumas coisas”, avaliou o técnico Drubscky.
Saimon por Kadu
O técnico Ricardo Drubscky definiu na sexta a escalação do Leão para enfrentar neste sábado o Colo-Colo. Terá a volta de Kadu no lugar de Saimon, na zaga, e o meia Escudero na vaga do machucado atacante Rogério.
No Tigre de Ilhéus, a novidade será a estreia do atacante William Gerlem, ex-Bahia e Vitória, que formará dupla com Xandy. O time ainda busca marcar seu primeiro gol no campeonato, após dois empates por 0 a 0, contra Catuense e Jacuipense. Mesmo assim, o técnico Duzinho está otimista e promete tentar surpreender os donos da casa
Vitória x Colo-Colo – 3ª rodada do Grupo 2 do Campeonato Baiano
Local: Estádio Barradão
Quando: sábado, 21, às 18h30
Árbitro: Lúcio José de Araújo
Assistentes: José Raimundo da Hora e Carlos Eduardo Gussen (trio da Bahia)
Vitória – Fernando Miguel, Nino Paraíba, Kadu, Ednei e Euller; Amaral, José Welison, Jorge Wagner e Escudero; Vander e Neto Baiano. Técnico: Ricardo Drubscky.
Colo Colo – Waldson, Edvan, Michel, Joadson e Danilo; Leandro, Marconi, Jussimar e Cássio; Xandy e William Gerlem. Técnico: Duzinho.
Sem Comentários!
Não há comentários, mas você pode ser o primeiro a comentar.