O ex-ministro da saúde Nelson Teich afirmou em depoimento à CPI da Covid-19 nesta quarta-feira (5) que pediu demissão do cargo por não concordar com posição do governo quanto à cloroquina. Teich ficou à frente da pasta por apenas 28 dias entre os meses de abril e maio de 2020 sendo substituído pelo militar Eduardo Pazuello.

“O pedido específico [de demissão] foi pelo desejo [do governo] de ampliação do uso de cloroquina. Esse era o problema pontual. Mas isso refletia uma falta de autonomia e uma falta de liderança”, disse Teich. O médico também citou a falta de autonomia como uma das razões que o levou a sair da pasta. As razões da minha saída do ministério são públicas, elas se devem basicamente à constatação de que eu não teria autonomia e liderança que imaginava indispensáveis ao exercício do cargo. Essa falta de autonomia ficou mais evidente em relação às divergências com o governo quanto à eficácia e extensão do uso do medicamento cloroquina para o tratamento da Covid-19, enquanto minha convicção pessoal, baseada nos estudos, que naquele momento não existia evidência de sua eficácia para liberar”, completou o ex-ministro.