Um empresário de 27 anos morreu e o irmão dele ficou ferido após capotarem em um carro de luxo durante uma fuga da polícia no interior de São Paulo, na noite deste domingo (9). O acidente aconteceu na cidade de Tabapuã; Segundo a polícia, André Luiz Luciano Pereira se envolveu em um acidente de trânsito e foi detido por policiais que notaram sinais de embriaguez.

No entanto, André conseguiu fugir e foi para casa. “O condutor apresentava sinais clássicos de embriaguez, com voz pastosa, andar cambaleante e odor etílico. Ele foi convidado a fazer o bafômetro, mas se recusou e de forma espontânea partiu em direção ao veículo dele e fugiu”, disse o capitão da Polícia Militar, Fábio Veiga, em entrevista ao G1 Rio Preto.

Os policiais estiveram em seguida na residência do empresário para realizar a prisão, mas André agrediu os agentes e conseguiu fugir com a ajuda do irmão, Celso Donizete Luciano Pereira Filho, de 30 anos. André estava com uma das mãos algemadas.

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Empresário morreu depois que carro de luxo bateu em um cavalo e capotou
(Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução Gazeta do Interior)

O capitão da PM disse que a polícia conseguiu descobrir onde ele estava através do identificador de chamadas, quando o rapaz ligou para a delegacia pedindo que eles devolvessem a carteira de habilitação dele. “Na casa começou o tumulto, ele não queria acompanhar a polícia até a delegacia e fomos tentar algemá-lo. Nesta hora ele ficou mais agressivo e com ajuda do irmão se libertou e eles acabaram fugindo”, relatou Veiga. “Não houve perseguição, não houve disparo de arma de fogo, nada que contribuísse para esse fato lamentável que aconteceu”, disse.

Os dois escaparam em um Camaro do empresário, seguindo em alta velocidade por uma estrada rural que liga as cidades de Tabapuã e Uchoa. O acidente aconteceu quando o veículo colidiu contra um cavalo que cruzava a pista, capotando em seguida. O empresário não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O irmão dele dirigia o carro, e sofreu apenas ferimentos leves. Ele está internado em um hospital da cidade. O cavalo também morreu.

Família nega e diz que rapaz foi agredido pela PM
A família da vítima nega versão policial e diz que rapaz fugiu porque foi agredido com um cassetete. “Esse momento foi deprimente, meu irmão parecia um bandido”, disse Andrea Cristina Luciano Pereira, irmã de André, em entrevista ao site Gazeta do Interior.

De acordo com Andrea, o empresário estava em uma festa na praça da cidade quando bateu o carro que dirigia, uma Mercedes-Benz, em um outro veículo enquanto deixava o local. Ele teria conversado com o motorista do carro, e os dois teriam se acertado ali mesmo.

Em seguida, ela afirma que o irmão foi para a Polícia Militar com o objetivo de informar a colisão e registrar um boletim de ocorrência, a fim de apresentar para o seguro. A confusão começou porque os policiais pediram para que André fizesse um exame de sangue para comprovar embriaguez, mas o rapaz se recusou e foi embora para casa.

A família estaria jantando quando os policiais invadiram a residência, algemando a mãe direita de André e o agredindo com um cassetete. “Já apanhando ele começou a chamar pelo Tu (apelido do irmão que dirigia o Camaro) que ao ver a cena, empurrou os policiais para que eles parassem de bater. Então eles começaram uma briga”, relata Andrea.

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Irmãos fugiam da polícia quando acidente aconteceu na noite do domingo (9)
(Foto: Jonas Garcia Luciano / Gazeta do Interior)

Após se desvencilharem a polícia, Celso informou para a família que ele e o irmão fugiriam para que todos pudessem se acalmar. Os dois deixaram o local no Camaro de Celso, que contou para o Gazeta do Interior que a intenção dos dois era ficar em algum hotel até a manhã seguinte, a fim de conversar nesta segunda-feira (10) com o delegado.

Só que o Camaro bateu contra o cavalo durante a fuga. “Meus irmãos estavam errados ao tentarem fugir, mas não havia a necessidade da polícia de maltratar o André, muito menos de invadir a nossa casa”, lamentou Andrea.

O irmão do empresário poderá  ser indiciado por homicídio culposo, resistência e também fuga de pessoa presa. Uma sindicância será aberta pela polícia, com o objetivo de investigar a conduta dos PMs envolvidos no caso. O corpo do empresário foi encaminhado para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) da região,