A Arábia Saudita e a Rússia, os dois maiores produtores mundiais de petróleo, concordaram nesta terça-feira em congelar o nível de produção da commodity no nível de janeiro, desde que outros países façam o mesmo. Em reunião, os dois gigantes, juntamente com Qatar e Venezuela, consideraram que manter o patamar produtivo do primeiro mês deste ano é o mais adequado para manter a demanda dos consumidores. O objetivo da medida é conter a derrubada dos preços do barril.
“Com o objetivo de estabilizar os mercados petrolíferos, os quatro países decidiram congelar a produção ao seu nível de janeiro, desde que os outros grandes produtores façam o mesmo”, declarou aos jornalistas o ministro Mohammad bin Saleh al-Sada, ministro de Energia do Qatar. Logo após o anúncio, o barril do Brent, de referência internacional, subia 2,4% em Londres, para US$ 34,20. Antes disso, já havia se valorizado 6,5%.
“Um congelamento não vai gerar uma mudança radical, mas dá uma melhor base para a recuperação dos preços no segundo semestre”, afirmou Olivier Jakob, consultor-chefe da Petromatrix. “É a primeira grande decisão de gerenciamento do fornecimento desde novembro de 2014, e mesmo que alguns tentem minimizá-la e dizer que não é um corte, é uma mudança. É uma grande mudança política”.
De acordo com a Agência Internacional de Energia, a Arábia Saudita produziu 10,2 milhões de barris por dia em janeiro, abaixo do último pico, de 10,5 milhões, registrado em junho de 2015. A Rússia produziu quase 10,9 milhões de barris diários no mesmo mês, maior patamar na era pós-soviética, de segundo dados oficiais russos.
O Qatar vai monitorar o acordo de congelamento da produção, de acordo com o ministro de Energia do país. Ele destacou que os baixos preços da commodity não têm sido algo positivo para o mundo. A derrubada no valor do barril afetou a economia dos países produtores, forçando-os a cortar gastos, prever aumento do déficit, elevar empréstimos e realizar reformas impopulares.
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