Coordenador da reforma da Previdência Social, o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, afirmou em entrevista ao jornal Valor Econômico que não garante o envio da proposta até abril ao Congresso Nacional, como a presidente Dilma Rousseff sinalizou a líderes partidários. “Não é fácil cumprir o prazo porque existe ainda muita confusão de informação sobre o que se pretende fazer”, disse.

Berzoini reencarna o papel que desempenhou em 2003, no primeiro ano do governo Lula, quando conduziu a reforma da previdência dos servidores públicos. “No PT foi muito polêmico, no Congresso, quebraram vidros da chapelaria”, relembra. Ele compara a previdência com um transatlântico – “faz curva suave” -, e diz que o governo busca um modelo solidário, mas “que pare de pé”.

Seguindo outras lideranças do PT, defende que o modelo de exploração do petróleo não seja alterado agora, embora a presidente Dilma aceite negociar a medida. O ministro falou, contudo, antes do Senado aprovar o projeto que altera o modelo do pré-sal. Ele diz que a prisão do marqueteiro João Santana foi “esquisita”, faz críticas à Operação Lava-Jato, ao juiz Sérgio Moro e afirma que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é vítima de uma “tentativa de impeachment cautelar”.