O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirma ter siso traído  pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A interlocutores, Bolsonaro disse acreditar que a parlamentar fez um acordo com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para retornar às redes sociais e se ver livre da ameaça de ser presa.

Segundo a colunista Mônica Bergamo da Folha de S. Paulo, ele teve essa certeza no dia 6 de fevereiro, quando leu a notícia de que o magistrado tinha permitido que Zambelli reativasse suas redes, então suspensas por ordem do tribunal.

A decisão desbloqueou os perfis dela no Facebook, Twitter, Instagram, TikTok, Gettr, WhatsApp e Linkedin. Moraes argumentou que houve “a cessação”, por parte de Zambelli, “de conteúdos revestidos de ilicitudes e tendentes a transgredir a integridade do processo eleitoral”.

Ainda de acordo com a Folha, a reação de Bolsonaro pareceu exagerada a seus amigos e auxiliares com quem mantém contato direto. Eles creditavam as falas ao que definem como paranoia do ex-presidente, que sempre desconfiaria de tudo e de todos ao seu redor, acreditando apenas na lealdade de seus próprios filhos.

Nesta quinta (22), porém, a deputada reforçou a desconfiança de Bolsonaro ao conceder deu uma entrevista à Folha repleta de críticas a Bolsonaro e de recados de pacificação ao STF.

“Eu tinha o papel de defender Bolsonaro e o governo, qualquer um que os atacasse tinha que virar um alvo meu. Nesta legislatura, Bolsonaro não é mais presidente, então nosso alvo tem que ser Lula, seus feitos e desfeitos”, afirmou.

Disse ainda que atacava o Supremo para “proteger” o ex-presidente. E admitiu que partiu dela a iniciativa de lançar uma ponte de diálogo com Alexandre de Moraes para inclusive protegê-lo do PT.