A seis meses dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, federações internacionais de vários esportes não escondem a preocupação com os cortes de orçamento anunciados pelo comitê organizador, embora se mostrem compreensivos com o contexto de crise no Brasil.

A principal vítima dos cortes é o remo, com o cancelamento da instalação de uma arquibancada flutuante com capacidade para 4.000 espectadores na Lagoa Rodrigo de Freitas. Por causa disso, a modalidade, que deveria ter sido disputada inicialmente diante de 14.000 pessoas, número reduzido para 10.000 depois de um primeiro ajuste, terá uma plateia de apenas 6.000.

“Entendemos perfeitamente a situação complicada do Brasil, as dificuldades econômicas enfrentadas pelo país. Mas lamentamos que a decisão de cancelar a instalação da arquibancada flutuante tenha sido tomada sem nos consultar. Com nossa experiência e nossa competência, poderíamos ter encontrado alguma solução”, lamenta o presidente da Federação Internacional de Remo (Fisa), Jean-Christophe Rolland.

“Cada federação expôs seus problemas e motivos de preocupação”, explica o presidente da Federação Internacional de Esportes Aquático (Fina), Cornel Marculescu, que reunirá 1.500 atletas (de um total de 10.500).

“Nós também sofremos desde o início com as restrições orçamentárias. Ao invés de contar com três piscinas, como foi o caso em Londres, teremos apenas duas. Por causa disso, as provas de saltos ornamentais, nado sincronizado e polo aquático serão disputadas na mesma piscina”, critica. “Isso não é um problema para a realização das competições em si, mas corre risco de complicar o cronograma dos treinos”, argumenta.