O Bolsa Família pode passar pela maior reformulação já feita desde a sua criação, há 15 anos. Um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), encomendado pelo governo federal e ao qual o jornal O Globo teve acesso, propõe cortes em benefícios voltados para brasileiros de maior renda, como o abono salarial e deduções no Imposto de Renda como contrapartida para a ampliação da cobertura do Bolsa Família, que hoje chega a 13,8 milhões de famílias, e a criação de um benefício universal para crianças e adolescentes.

Segundo a publicação, proposta do Ipea unifica quatro benefícios que hoje custam aos cofres públicos R$ 52 bilhões por ano e contemplam 80 milhões de pessoas: Bolsa Família, salário-família, abono salarial e dedução de dependente no IR. Os pesquisadores sugerem unificar esses programas para criar um“super Bolsa Família”, como tem sido chamado pelos técnicos do governo. Custaria os mesmos R$ 52 bilhões, mas cobriria 92 milhões de beneficiários.

Integrantes do Ministério da Economia consideram o plano uma maneira de construir uma “marca social” para o governo Bolsonaro, que, até o momento, tem sido marcado por medidas de ajuste fiscal, a exemplo da reforma da Previdência.