O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, garante que a posse de Luiz Inácio Lula da Silva como ministro “não muda nada” para a Justiça e que o Ministério Público tem “couro grosso”. Em Berna para reuniões com o Ministério Público da Suíça, Janot pode anunciar em seu retorno ao Brasil a abertura de inquérito contra Dilma sobre a suspeita de agir para tentar obstruir os avanços das investigações da Operação Lava Jato.

Questionado se o foro privilegiado de Lula impediria investigações contra o ex-presidente, Janot garantiu que não. “Vou pegar o processo em Curitiba e transferir para o Supremo”, disse. Janot também deixou claro que não se sentiu intimidado. “O MP tem couro grosso”, insistiu.

Mais cedo, ele já havia feito seu alerta ao afirmar que “ninguém” é imune a investigações, ao ser questionado sobre a possibilidade de pedir a abertura de inquérito contra a presidente Dilma Rousseff. ” Não podemos dizer o que vamos fazer. Mas o nosso trabalho é republicano. Não há pessoa fora de investigação”, disse a dois repórteres brasileiros.

O procurador já havia apontado nessa direção na quarta-feira em Paris diante do conteúdo da delação premiada do senador Delcídio Amaral. Agora, seus assessores indicam que a possibilidade foi reforçada essa com a divulgação dos telefonemas trocados por ela com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.