Horas depois do presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA) revogar a decisão de anular as sessões da Câmara em que foi aprovada a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), fez um balanço, negando qualquer tom de despedida, mas admitiu que o governo será derrotado na votação de amanhã (11), no Senado, que vai decidir sobre o afastamento da petista.

“Qualquer que seja o desdobramento desta crise, vamos continuar firmes. A presidente Dilma e eu não jogamos a toalha”, garantiu. Em um café da manhã com jornalistas, na véspera da votação do afastamento, o parlamentar mostrou confiança de que a situação será revertida na segunda fase da análise do processo de impeachment, quando senadores vão se debruçar sobre as provas. “Estou convencido que vamos continuar no governo. Temos ampla condições de reversão deste quadro”, afirmou.

O otimismo, Guimarães explicou que vem da sensação de que a população mudou de posição em relação ao que ocorreu há quatro meses, quando foi iniciado o processo contra Dilma. “O espetáculo do dia 17 [durante a sessão da Câmara que aprovou o afastamento] chocou o país”, citou como exemplo, ao lembrar que, para o voto favorável, os parlamentares alegaram razões que não estavam no relatório da admissibilidade.

Além disto, o petista afirmou que a população está “tomando consciência do que estava em jogo, o que estava por vir, do afastamento de [Eduardo] Cunha, e há um processo de mobilização”, afirmou. Segundo ele, todas as manifestações, desde o último dia 18, são a favor da permanência de Dilma.