Para quem ainda tem alguma dúvida, fica aqui um esclarecimento: Mangue Seco é na Bahia e não em Sergipe. Essa forma diferente de abrir um texto sobre um destino de viagem se deu porque milhares de pessoas que saem da capital baiana para relaxar na terra de Tieta do Agreste têm a impressão de estar passeando em praias sergipanas.

E realmente parece. Isso se deve ao acesso por terra até Mangue Seco, feito na cidade de Indiaroba, alguns quilômetros depois a divisa da Bahia com Sergipe.

Polêmicas à parte, a última praia do Litoral Norte baiano foi muito bem retratada na novela Tieta, veiculada pela rede Globo e inspirada no romanceTieta do Agreste, de Jorge Amado. Esta produção incentivou ainda mais o turismo no local, quando o Brasil passou a conhecer toda a beleza do lugar, que resguarda numerosas dunas e paisagens primitivas de rios e mar.

VEJA FOTOS:

As opções de lazer são variadas, com programas que satisfazem desde os surfistas, que nas praias da região encontram picos de grandes ondas, até os pescadores, que nas águas calmas dos rios conseguem fisgar os mais variados peixes. Dentre eles estão arraias, cações e carapebas, além do peixe-boi, espécie rara, geralmente encontrada no rio Amazonas, que nas águas calmas do Rio Fundo, mais um dos vários rios que cortam Mangue Seco, encontrou um habitat propício para se reproduzir.

O Rio Real também merece destaque. Suas águas, um pouco salgadas, lembram as águas do mar e são uma verdadeira surpresa para os desavisados. A salinidade diverte os banhistas com a facilidade de, simplesmente, boiar e relaxar ao sabor do rio. O vilarejo fica entre a foz do Rio Real – que dia a dia vai escavando suas margens – e as imensas dunas que se movem com o vento e avançam querendo encobrir tudo.

A dificuldade do acesso – exclusivamente de barco, através do Rio Real – é o que torna Mangue Seco mais atraente e a mantém naturalmente rústica. As poucas ruas são cobertas de areia fina e macia. À noite, crianças ainda brincam de roda e de esconde-esconde, enquanto os visitantes ouvem histórias antigas, contadas por pescadores ou, ainda, participam de serenatas junto à população nativa. Pouco iluminada, a vila oferece uma noite estrelada, com beleza extraordinária nos períodos de lua cheia.

A paisagem, que sempre é deslumbrante, ganha um atrativo a mais quando o reflexo da lua se intensifica nas águas dos rios que cercam a região. Em posição privilegiada, na baía de Estância, Mangue Seco testemunha o encontro dos rios Real, Piauí, Fundo, Guararema, Priapu e Saguí com o Oceano Atlântico.

A mistura de água doce e salgada propicia a formação de extensas áreas de mangue e, conseqüentemente, a fartura de frutos do mar. Na praia de rio, os coqueiros se debruçam, curvando o tronco sobre as águas. Por toda a margem, espalham-se pousadas, bares, restaurantes e casas de pescadores, criando uma boa estrutura de apoio para os turistas. Uma atração à parte são os “coqueiros gêmeos” no meio do nada.

As noite de luar também são apaixonantes em Mangue Seco. Vale a pena conferir.

Passeios e lazer

Mangue Seco é um destino ideal para relaxar e curtir a sua bela paisagem. Entretanto, alguns passeios são indispensáveis como o de buggy pelas belas dunas do lugar e pelo belíssimo por do sol, que é um grande presente de Deus. Aos pequenos, vale a pena descer as dunas de esquibunda. O standup padle nas águas do rio e as cavalgadas também são recomendadas.

Culinária

Como todo destino de sol e praia, o forte de Mangue Seco são os frutos do mar e pescados que podem ser servidos de moqueca, fritos, grelhados ou de ensopado.

Como chegar:

O acesso para Mangue Seco deve ser feito a partir da cidade de Pontal, em Sergipe, a 250km de Salvador. Saindo da capital baiana, deve-se seguir pela Avenida Luis Viana Filho, mais conhecida como Avenida Paralela, pela Estrada do Coco (BA-099) e, em seguida, Linha Verde com a empresa de ônibus Expresso Linha Verde [+55 71 3450-0321]. Pontal fica a 28Km de distância da divisa entre os dois estados.  Em Pontal, pode-se chegar a Mangue Seco através da travessia do Rio Real ou pela praia, utilizando bugres, carros de tração, ou até mesmo através de caminhadas, a partir da Costa Azul, durante a maré baixa. Caso o visitante prefira atravessar o Rio, deve-se deixar o carro em um dos estacionamentos particulares de Pontal e seguir em embarcações que fazem a travessia de passageiros. Algumas delas são jangadas em fibra de vidro, muito modernas, que fazem o percurso rapidamente. Existem também embarcações mais rústicas que, embora mais lentas, também são muito utilizadas pelos visitantes.