Dezenas de milhares de pessoas protestaram em toda a Espanha neste domingo (12) contra os planos do primeiro-ministro interino Pedro Sánchez (PSOE), de conceder anistia aos separatistas catalães em troca de apoio para outro mandato.

O governo garantiu um acordo com o partido separatista catalão Junts na quinta-feira (9), que inclui a aprovação de lei controversa que concede anistia aos condenados pela tentativa da Catalunha de se separar da Espanha em 2017.

O acordo provocou ondas de choque em todo o país, com os oponentes conservadores de Sanchez acusando-o de colocar o Estado de Direito em risco para seu próprio ganho político.

“Não vamos nos calar até que haja novas eleições”, disse o líder do Partido Popular (PP), Alberto Nuñez Feijoo, a uma multidão que lotou a praça Puerta del Sol, em Madri.

Autoridades disseram que 80 mil pessoas participaram dos protestos em Madri, enquanto o PP, que havia convocado manifestações em cidades de toda a Espanha, estimou o total em cerca de 1 milhão.

Muitos portavam bandeiras da Espanha e da União Europeia (UE), bem como faixas com frases como “respeite a Constituição”.

Em Barcelona, a polícia local disse que 6 mil pessoas se manifestaram, enquanto o número chegou a 30 mil em Granada e 50 mil em Sevilha, de acordo com as autoridades. Outros protestos ocorreram em cidades como Málaga, Palma e Valência.

Após uma eleição inconclusiva em 23 de julho, os socialistas passaram semanas negociando com partidos menores, incluindo a plataforma de extrema esquerda Sumar e partidos nacionalistas catalães, galegos e bascos.

O apoio confirmado do Junts, bem como do Partido Nacionalista Basco, na semana passada, daria a Sánchez a maioria absoluta na câmara baixa de 350 membros, em uma votação que acontecerá nos próximos dias.