Em 25 de maio de 1891 Canavieiras deixou de ter a condição de Vila Imperial (desde 1833) para se tornar cidade, conforme ato do governador do Estado, José Gonçalves da Silva. Para comemorar esta importante data, a Prefeitura de Canavieiras elaborou uma vasta programação, com a celebração de Missa Solene, no domingo (24), desfiles cívicos e inaugurações de equipamentos públicos construídos e ou reformados. Durante a celebração da Missa, o prefeito de Canavieiras, Almir Melo, ressaltou que Deus quis que o aniversário de Canavieiras acontecesse justamente no dia em que se comemora o aniversário da Igreja Católica. Para ele, todas essas coincidências demonstram o carinho que São Boaventura, o padroeiro da cidade, tem com o povo de Canavieiras. Ao final da missa, o tenor argentino Juan Bruera cantou Panis Angelicus, de Cesar Frank, e Ave Maria, de Schubert. O Padre Euvaldo ressaltou em sua pregação a necessidade premente dos povos viverem em paz, condição de vida que é o próprio homem quem a constrói. “Como antes os apóstolos pregavam a paz, hoje são as autoridades e os homens quem têm esse mister, para que possamos viver num ambiente de tranquilidade”, disse o pároco. Eventos do dia – Na segunda-feira (25), às 6 horas, a cidade “acordou” com uma grande alvorada de fogos realizada no centro e em bairros. Em seguida, teve início o desfile cívico com as filarmônicas Lyra do Commercio e 2 de Janeiro.
Para finalizar o desfile, vieram as escolas de Canavieiras (redes pública e privada), inclusive do Ensino Fundamental II do interior. Após o desfile, foi cantado o Hino Nacional (orquestrado pela Filarmônica 2 de Janeiro) e de Canavieiras (orquestrado pela Filarmônica Lyra do Commercio), e hasteadas as Bandeiras do Brasil, Bahia e Canavieiras, pelo prefeito Almir Melo, o Major PM Airton Carvalho e deputado estadual Leur Lomanto Júnior, respectivamente. Mensagem aos jovens – O prefeito Almir Melo, em sua mensagem dirigida aos canavieirenses, priorizou os jovens, que para ele se constituem em um futuro próximo, nas pessoas que serão responsáveis pelo desenvolvimento de Canavieiras. “Jovens, as coisas não caem do céu. é preciso ir buscá-las, correr atrás, mergulhar fundo e voar alto. Muitas vezes será necessário voltar ao ponto de partida e começar tudo de novo, mas após haverem empenhado cérebro, nervos e coração, chegarem à vitória, saboreiem o sucesso na sua plenitude, sem medo, sem culpa e em paz”, disse. Ao finalizar a mensagem, o prefeito disse aos jovens que procurem desempenhar o melhor papel na sociedade. Se ultrapassarem todas as dificuldades, fiquem vivos; fiquem inteiros; tenham bom caráter; sejam
educados; e aproveitem a vida com alegria e leveza. Vão em paz, sejam abençoados. façam um mundo melhor. lembrem-se da célebre frase do pensador inglês Disraeli: “A vida é muita curta para ser pequena”. Assim que foram encerradas as atividades cívicas, o prefeito Almir Melo, seguido pelo deputado estadual Leur Lomanto Júnior, secretários municipais e comitiva realizaram uma visita às obras inauguradas simbolicamente. Entre elas, a Unidade de Saúde da Família Dr. Edmundo Lopes de Castro, Creche Vovó Cabocla, e diversas ruas e avenidas. Um parte da história – Precedendo a elevação de Canavieiras à categoria de cidade – quando na verdade se dá o ato de emancipação político-administrativo – em 17 de fevereiro de 1890 tomou posse a primeira intendência e o Conselho Municipal. Essa nova estrutura substituía a antiga Câmara.
O primeiro intendente foi o médico Antônio Salustiano Viana, nomeado pelo governador do Estado, Manoel Victorino Pereira. No ano seguinte, em 25 de maio de 1891, de maneira simples e concisa, o governador do Estado, José Gonçalves da Silva, elevou a Vila Imperial de Canavieiras à categoria de cidade. Com a elevação, Canavieiras passou a, efetivamente, se tornar emancipada administrativamente, pois, antes, algumas decisões da Câmara dependiam do referendo da Assembleia Legislativa. Mas a história de Canavieiras (segundo o livro Canavieiras – Terra Mater do Cacau – remonta a 1718, com a criação da Freguesia de São Boaventura do Poxim. Àquela época, diversos colonos se estabeleceram na foz do Poxim, tanto em busca de boas terras como fugindo dos índios hostis. De acordo com documentos históricos, Poxim e Canavieiras tornaram-se povoações permanentes no contexto histórico e geográfico da capitania hereditária de Ilhéus, estabelecida em 1536. Conforme descreve o livro Canavieiras – Terra Mater do Cacau, a população de Canavieiras participou ativamente de todas as lutas pela independência do Brasil.
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