As famílias do interior do Brasil já são responsáveis por gastar R$ 4 de cada R$ 10, movimentando um montante de R$ 827 bilhões anuais. Na região Nordeste, região com a segunda maior participação, R$ 162 bilhões, a Bahia é o destaque, revelando-se o maior potencial para o consumo. O interior do estado gasta anualmente R$ 53 bilhões, que representam 33% do total nordestino.
Esses dados são do estudo “Dossiê Interior do Brasil: dimensionamento, características e oportunidades”, realizado pelo Sebrae, em parceria com o Instituto Data Popular. O levantamento foi realizado em 4.619 cidades, quatro mil delas com até 50 mil habitantes.
Entre os 49% da população brasileira que mora no interior, um terço está no Nordeste. A Bahia é novamente destaque nesse quesito, respondendo por 10 milhões dos 31 milhões de habitantes do interior nordestino.
Para a gerente de gestão estratégica do Sebrae-Bahia, Isabel Ribeiro, é natural que o estado lidere na região, já que é o segundo, no Brasil, em número de municípios – são, ao todo, 417.
Ela afirma que o crescimento da economia no interior nordestino tem relação, principalmente, com os investimentos governamentais em infraestrutura e serviços, além dos esforços em atrair novos empreendimentos para o interior.
Os programas de acesso ao crédito e de transferência de renda, como o Bolsa Família, também têm uma participação expressiva nesse desenvolvimento interiorano.
“Esse resultado significa que há renda circulando no interior e que existe uma desconcentração do desenvolvimento”, diz Isabel.
A pesquisa mostra que os baianos do interior têm gastado principalmente com a manutenção do lar: são R$ 15,5 bilhões por ano. Em segundo lugar, estão as despesas com alimentação. Anualmente, são R$ 10 bilhões com alimentação no domicílio e outros R$ 2,1 bilhões com alimentação fora de casa.
Os medicamentos (R$ 3,8 bilhões) e o setor de vestuário e confecção (R$ 3 bilhões) também estão aquecidos.
O estudo mostra que o brasileiro do interior prioriza o custo-benefício ao comprar. Esses consumidores acreditam que é muito mais vantajoso comprar à vista (76%), preferem produtos mais baratos (52%) e admitem que comprar é uma das atividades preferidas (43%).
A pesquisa também mostra que os principais projetos dos moradores do interior, em 2014, são comprar uma moto (59%), fazer um curso profissionalizante (48%), comprar uma TV de plasma ou LED (44%) e viajar (43%).
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