Motoristas que passam pela BA-099, rodovia estadual da Bahia, que liga a cidade de Lauro de Freitas às praias do Litoral Norte do estado, na altura da Linha Verde, estão indignados com os radares instalados na pista. As maiores reclamações de quem trafega pela rodovia são os excessivos medidores instalados nos trechos, bem como a mudança constante desses equipamentos de lugar. Condutores ouvidos pela Tribuna da Bahia também se queixam do funcionamento desses medidores alegando que muitos deles ficam escondidos na pista, dificultando a visualização. É pela BA-099, por exemplo, que se tem acesso a cidades como Jauá, Arembepe, Barra de Jacuípe, Praia do Forte, Imbassaí, Porto de Sauípe, Massarandupió, Subaúma, Baixios, Barra do Itariri, Sítio do Conde, Costa Azul, Itacimirim, Guarajuba e Sauípe. A extensão da rodovia é de 356 km.

“Os radares não estão sendo colocados para educar. Têm sido colocados para arrecadar. Eu ando nessa região há mais de 50 anos quando não tinha nem estrada. Então, sou testemunha ocular de tudo que nela foi construído. Mas agora, o que acontece é que parece é que o objetivo é só multar. Todas às vezes, por exemplo, que fui parado pela [Polícia Rodoviária Estadual] nunca foi por ter excedido a velocidade ou para ver se estava portando arma ou droga. As poucas vezes eram para ver se o carro estava com o licenciamento em dia. Ou seja, além dos inúmeros radares, ainda tem essa questão. A percepção é que a única preocupação é só arrecadar, arrecadar e arrecadar”, enfatizou Julival Fonseca de Góes, que lembrou ainda que a rodovia é pedagiada. Operada pela concessionária Litoral Norte (CLN), a tarifa aplicada para automóveis, caminhonetes e furgão é de R$ 7,20 em dias úteis e de R$ 10,80 aos finais de semana e feriados.

Conforme o motorista Wendel Lobão, de 46 anos, além da questão da velocidade dos radares que muda de uma hora para outra, há também a colocação de novos equipamentos de monitoramento sem nenhum aviso prévio. “Na Estrada do Coco, da região do aeroporto até Portão, do dia para noite apareceram mais seis radares. Inclusive, dias atrás encontrei dois radares no chão. Tenho certeza que ali não foi acidente. Tudo indica que foi derrubado mesmo”, relatou Wendel indicando a possibilidade de motoristas terem retirado os radares do local.

Procurado pela Tribuna da Bahia para comentar o assunto, a Polícia Rodoviária Estadual (PRF) não se posicionou, mas indicou que o caso era de competência da Superintendência de Infraestrutura de Transportes da Bahia (SIT), que por sua vez, procurada pela reportagem apontou só existir 12 radares na região de competência do estado: dez no trecho próximo a Camaçari e dois na altura de Mata de São João. Em nota, a SIT disse ainda que a definição dos locais para a implantação de radares segue critérios como índice de acidentes, volume de tráfego, presença de pedestres e escolas, por exemplo. Sobre os deslocamentos dos radares, a SIT afirmou também que apenas um, localizado no KM 11, precisou ser deslocado em 200 metros por estar próximo a uma passarela. “Vale ressaltar que nos locais onde há a presença dos radares há sinalização vertical informando a proximidade e presença dos equipamentos”, destacou a nota.

Questionada também sobre a quantidade de multas aplicada e o tipo de infração, a SIT afirmou que de 1º de janeiro a 31 de julho de 2021 foram registrados 166 mil multas por excesso de velocidade na BA-099.