A Ação da Lava Jato sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deixou a oposição receosa. Nos bastidores, líderes dos principais partidos adversários do governo federal e do PT admitem que a condução coercitiva do ex-presidente e a intensa cobertura da nova fase da investigação abriram uma “brecha” para que o petista se apresente como vítima.

Na tentativa de não alimentar esse movimento, a oposição acordou que, a partir da semana que vem, vai centrar o foco da atuação política no impeachment da presidente Dilma Rousseff e na ofensiva contra a sua reeleição, travada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Em privado, tucanos e integrantes do DEM confessaram que a condução coercitiva efetuada contra o ex-presidente –levado a depor na delegacia da PF do aeroporto de Congonhas, zona sul de São Paulo–, deu munição para o discurso de que ele é vítima de um golpe.

O PSDB avalia que, nesse cenário, qualquer sintoma de agitação social pode fortalecer a tese de que o movimento contra Lula criou um clima de conflagração social. A ordem, portanto, é expressar apoio incondicional às instituições e à Justiça, mas não entrar no “jogo” proposto pelo ex-presidente.

Em outra frente, já nesta segunda-feira (7), a oposição inicia obstrução dos trabalhos na Câmara como forma de pressionar o impeachment e pede ao TSE que incorpore à ação que investiga ilegalidades na reeleição de Dilma os termos da delação premiada negociada pelo senador Delcídio do Amaral (PT-MS), ex-líder do governo.

“Não vamos comemorar [a ação da PF contra Lula], não vamos tripudiar, vamos aguardar as investigações. E cuidar aqui do que é a política, que é a Dilma. Vamos mostrar que com ela não dá mais”, disse o senador Aécio Neves (PSDB-MG). As informações são do jornal Folha.