Nascida em Salvador, Marina Nery nunca tinha saído da Bahia antes de se tornar modelo, aos 16 anos. Passou um ano trabalhando em Paris, sem falar francês ou inglês, e já morou por quatro anos em Nova York. De volta ao Brasil há seis meses, ela vai surgir em “Velho Chico”, nova novela das 21h da Globo, com estreia prevista para março, falando com seu próprio sotaque.

A top, hoje com 21 anos, será par de Rodrigo Santoro na primeira fase da história, que terá aproximadamente 24 capítulos e será ambientada na década de 1960. Ao todo, a produção, que chegará aos dias atuais na segunda fase, terá 60% de seu elenco composto por atores nordestinos. O que, segundo Marina, dará maior autenticidade aos personagens que vivem nas margens do Rio São Francisco.

— Queremos que os nordestinos se sintam representados de forma poética — conta a estreante, que já desfilou para marcas como Dolce & Gabbana, na Itália.

A baiana nunca pensou em ser atriz e pretende continuar trabalhando como modelo. Ela gravou o folhetim em diferentes cidades do interior da Bahia, de Alagoas e do Rio Grande do Norte. “Velho Chico” é uma novela de Benedito Ruy Barbosa escrita por Edmara Barbosa e Bruno Barbosa, com direção artística de Luiz Fernando Carvalho. A trama trata de histórias de amor e da disputa entre duas famílias inimigas.

Além das estreantes, a novela trará nomes mais experientes, como o pernambucano Maciel Melo, de 53 anos. O músico formará uma dupla na trama com o cantor e compositor baiano Xangai. Será sua primeira vez como ator:

— Sou conhecido na minha terra. Moro no Recife e faço questão de manter meu sotaque. O fato de a novela ter vários nomes nordestinos passa uma sinceridade.

Aos 56, o alagoano Chico de Assis completa agora 40 anos de teatro. Ele já trabalhou com Carvalho em “Irmãos coragem” (1995), sua estreia na televisão. Mas não é visto no vídeo com tanta frequência.

— Achei importante esse deslocamento de eixo de produção, a oportunidade de mostrar nosso cenário — diz.

O baiano Carlos Betão, de 56 anos, comemora o fato de ter seu sotaque ouvido em todo o país.

— Vamos mostrar o quanto é doce e amargo ser nordestino — afirma.