Na última sexta-feira, 16, em entrevista à rádio Metrópole, o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Adolfo Menezes (PSD), previu que a Casa deve votar o pedido de empréstimo de R$ 1,6 bilhão feito pelo governo de Jerônimo Rodrigues (PT) na próxima semana.

“É natural que esses projetos mais polêmicos, como aumento de impostos, que ninguém gosta por causa da carga tributária que temos, a oposição com direito faça obstrução para dificultar a aprovação. Mas, no final, o governo acaba aprovando, porque tem uma maioria folgada. [O projeto] não foi votado [na semana passada], mas acredito que na próxima semana deve ser votado”, disse. 

Na ocasião, o parlamentar justificou o pedido de empréstimo do governo petista. Houve, segundo ele, perda de receita e mais recursos são necessários para reequilibrar as contas. “É bom que se diga que a Bahia é um dos estados que tem uma capacidade de endividamento muito grande. Então, a Bahia tem todas as condições de tomar [um novo empréstimo]”, avaliou. 

Adolfo também disse que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pode permitir o seu terceiro mandato na Casa já tem o respaldo de 50 deputados estaduais, admitindo ainda que o líder do governo na Assembleia, Rosemberg Pinto (PT), interessado na cadeira, não gostou nada da ideia. 

“Está circulando uma lista que tem quase 50 deputados dos 62 com assinaturas para tramitar. O deputado Rosemberg é candidato, como Ivana [Bastos]. Todos têm direito de pleitear. Soube de Rosemberg [ter ficado descontente], mas depois ele se acalmou”, contou. 

Para ele, o governador Jerônimo não deve interferir na próxima eleição da AL-BA com o argumento de que é “assunto interno” entre os parlamentares. “O governador me ter como presidente é uma maravilha, porque eu não crio problemas. Não tenciono. Não levo problema. Só ajudo”, emendou. 

Ao ser questionado se será candidato à reeleição caso a PEC seja aprovada, Adolfo Menezes respondeu: “Se a maioria quiser, eu não vou recusar”. “Tenho estilo de palavra dada. Palavra cumprida, de seriedade. E, às vezes, as pessoas [os deputados] não querem trocar. Talvez, isso tenha influenciado para eu ter o apoio”, continuou. 

Sobre as eleições em Campo Formoso, reduto político do presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Adolfo declarou que deve lançar Denise Menezes, sua esposa, ou Rose Menezes, sua irmã, ambas do PSD, para disputar a Prefeitura da cidade em 2024 contra Elmo Nascimento (União Brasil), irmão do deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil). 

Elmo é o atual prefeito de Campo Formoso e deve tentar a reeleição no próximo ano. “O irmão de Elmar deve ser candidato à reeleição. Do meu lado, deve ser minha irmã ou minha esposa. É uma parada dura. É uma eleição muito dura em Campo Formoso”, analisou, descartando aliança entre os dois grupos: “Não tem como se juntar”. 

Por fim, Adolfo Menezes defendeu ainda que as eleições ocorram no Brasil a cada cinco anos para evitar discussões sobre pleitos o tempo todo. “Tem projetos na Câmara. Eu sempre defendi isso. Passar pelo menos quatro anos trabalhando e deixar o outro ano para fazer a eleição”, opinou.