Sob pressão de partidos e juristas que tentam influenciar na escolha do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Michel Temer busca um nome que atenda às expectativas da opinião pública e do mundo jurídico. E apesar das muitas sugestões que chegam ao Planalto, atendendo a todos os gostos jurídicos e partidários, os principais assessores do presidente já apontam qual seria o “ministro ideal”: uma mulher, sóbria como o momento exige, de notório saber jurídico e sem relações partidárias.

No entanto, entre os mais de 15 nomes especulados para a vaga de Teori Zavascki, aparecem só três mulheres: a atual advogada-Geral da União, Grace Mendonça; a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Isabel Gallotti; e Flávia Piovesan, secretária nacional dos Direitos Humanos. Auxiliares de Temer afirmam que o melhor seria encontrar “outra Cármen Lúcia”.

Ao decidir que somente indicará o sucessor de Teori depois que o STF definir o novo relator da Lava-Jato, Temer ganhou tempo para que os nomes que circulam na Esplanada e nos tribunais depurem. Ao buscar uma indicação feminina, o governo tenta sanar uma crítica frequente desde o governo interino: de que o alto escalão é masculino.