Investigados pela Operação Lava Jato, que expôs um esquema de corrupção na Petrobrás, apresentaram à Justiça recursos fundados em teses que, recentemente, anularam provas de outras operações e levaram algumas investigações inteiras à nulidade. O Grupo Galvão, dono da empreiteira Galvão Engenharia, alvo da Lava Jato, contesta a busca e apreensão feita pela Polícia Federal no escritório de outra empresa sua, a Galvão Participações. As duas companhias têm sede no mesmo prédio, no Itaim-Bibi, na zona sul de São Paulo.
O grupo alega que a PF só tinha autorização para coletar provas no andar da construtora. Quer que a Justiça impeça a análise e devolva o material recolhido no andar da Galvão Participações – documentos, computadores, celulares, talões de cheque e cartões de crédito e “inúmeros outros itens”, segundo afirmam os advogados. Em um caso parecido, o Supremo Tribunal Federal declarou, na semana passada, a nulidade de provas colhidas contra o banqueiro Daniel Dantas nas Operações Chacal e Satiagraha.
Dantas reclamou da busca feita em 27 de outubro de 2004 no prédio onde funcionava a sede de seu banco, o Opportunity. O mandado, alegou, permitia apreensão de provas no 28.º andar. Mas os policiais copiaram o conteúdo de discos rígidos no terceiro andar. Em 16 de dezembro de 2014, a segunda turma do STF foi unânime ao considerar a ação ilegal, anular as provas e determinar que fossem devolvidas. O prédio da Galvão foi alvo de busca da PF em 14 de novembro, durante a sétima fase da Operação Lava Jato, batizada de Juízo Final. Foi preso naquele dia o diretor-presidente da Divisão de Engenharia Industrial da Galvão Engenharia, Erton Medeiros Fonseca, e executivos de outras sete grandes empreiteiras. Fonseca continua preso.
A Galvão Engenharia é apontada por delatores do esquema de corrupção como integrante do “clube da propina”, grupo de empresas que obtinham contratos com a Petrobrás mediante pagamento de vantagens indevidas a diretores da estatal. O Estado tentou falar com advogados do escritório de José Luís Oliveira Lima, que defende a Galvão Engenharia e a Galvão Participações, mas a solicitação não foi respondida.
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