Sem o sofrimento das últimas partidas, a Argentina despachou a Bélgica neste sábado, no estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, conquistou a classificação às semifinais da Copa do Mundo e encerrou um jejum de 24 anos. Ao vencer por 1 a 0 o time belga, eterno candidato à sensação deste Mundial, os argentinos vão disputar novamente uma semifinal, o que não acontecia desde a Copa de 1990, quando foram vice-campeões.

O triunfo, desta vez, não contou com o protagonismo de Lionel Messi. Foi Di María quem armou a jogada que resultou no gol de Higuaín logo aos 7 minutos de jogo. Messi teve atuação apagada e inverteu os papeis com o companheiro de ataque. O centroavante do Napoli, que até então vinha jogando na sombra do jogador do Barcelona, foi o responsável pelas melhores chances da equipe neste sábado.

Ao derrotar a Bélgica, a Argentina enfim rompeu a barreira das quartas de final, fase em que foi eliminada nas últimas duas Copas. Em busca da tão sonhada decisão, o time sul-americano vai enfrentar o vencedor do confronto entre a Holanda, uma das favoritas ao título, e a Costa Rica, grande surpresa deste Mundial. Eles se enfrentam ainda neste sábado, às 17 horas, em Salvador.

O duelo da Argentina na semifinal será disputado na próxima quarta-feira, no Itaquerão, na despedida do estádio de São Paulo nesta Copa. A outra semifinal terá Brasil e Alemanha, na terça, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte.

O jogo

Preocupado com o poder ofensivo da Bélgica, o técnico Alejandro Sabella decidiu mudar a defesa para o duelo das quartas de final. Trocou a irregularidade de Fernandez pela experiência de Demichelis e reforçou o poder de marcação do meio de campo ao colocar Biglia no lugar do Gago. Basanta substituiu o suspenso lateral-esquerdo Rojo, como era esperado.

Com esta formação, o treinador conseguiu parar o bom ataque belga no primeiro tempo. E pôde dar maior liberdade para Di María articular as jogadas com Messi no setor ofensivo. Aos 2 minutos, o atacante lançou Lavezzi, que parou na zaga em uma boa oportunidade para a Argentina.

Levando maior perigo no início, o time sul-americano chegou ao gol aos 7 minutos, contando com um pouco de sorte. Di María tentou passe para Zabaleta, mas viu Vertonghen fazer desvio que entregou a bola nos pés de Higuaín. O atacante não perdoou e marcou o seu primeiro gol nesta Copa.

Em desvantagem, a Bélgica foi para cima na base da vontade porque não mal se articulava no meio de campo. Marc Wilmots, que também fez mudanças no time, trocou Mertens e Lukaku por Mirallas e Origi e perdeu velocidade na equipe, apesar de manter a formação mais ofensiva.

Assim, contava com a inspiração de De Bruyne para movimentar o ataque. Aos 25 minutos, ele tentou de longe e Romero fez a primeira defesa. Hazard, apagado, parava fácil na marcação argentina. Com o meio congestionado, a Bélgica não tinha velocidade para avançar pelas laterais. Na melhor chance da equipe na etapa, Mirallas cabeceou com perigo, aos 41, após cruzamento de De Bruyne.

Mais retraída, a Argentina apostava nos contra-ataques com Messi e Di María, mas Kompany, bem posicionado, salvava o time belga. Os sul-americanos só reduziram o ritmo a partir dos 32 minutos, quando Di María sofreu uma lesão muscular e precisou deixar o gramado mais cedo. A Argentina levou perigo novamente apenas aos 39, em cobrança de falta de Messi, quase dentro da área, por cima do travessão.

O segundo tempo começou com a Argentina novamente no ataque, abandonando a postura mais cautelosa do fim da etapa inicial. E criou duas grandes chances para definir o jogo com Higuaín antes dos 10 minutos. Aos 5, ele investiu pela linha de fundo pela direita, entrou na área e bateu forte. Van Buyten fez o desvio e quase mandou contra o próprio gol. Aos 9, o mesmo Higuaín deu uma caneta em Kompany, entrou na área e bateu forte. A bola carimbou o travessão.

Preocupado com a falta de reação belga, Marc Wilmots resolveu colocar em campo os jogadores que se destacaram contra os Estados Unidos – Lukaku e Mertens. Mas o time continuava frágil na armação. Levava perigo somente em cruzamentos na área para Fellaini, que desperdiçou boa chance aos 15 minutos.

Criando poucas chances de perigo real para o gol de Romero, a Bélgica começou a se desesperar e passou a atacar de forma desorganizada. Perdida no meio, lançava na área, à espera de um milagre que não veio. Para piorar, ainda tomava sustos na defesa. Aos 48 minutos, Messi perdeu chance incrível para matar o jogo, quando foi lançado sozinho e, cara a cara com Courtois, parou no goleiro belga. O gol acabou não fazendo falta quando o juiz deu o apito final.