THAIS BILENKY, DANIEL CARVALHO E CAROLINA LINHARES – Depois de uma reunião com o pré-candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB) nesta quinta-feira (19) em São Paulo, líderes do centrão disseram que os termos do acordo com o tucano foram fechados, restando agora uma validação interna formal nos partidos para que seja anunciado.

A aliança deve mudar a correlação de forças da eleição, dando a Alckmin capilaridade e o maior tempo de TV.

Com o apoio do centrão, Alckmin, que tinha sozinho 1 minuto e 18 segundos na propaganda eleitoral na TV (em cada bloco de 12 minutos e 30 segundos), somará 4 minutos e meio, quase 40% de toda a fatia da disputa. Adversário histórico do PSDB, o PT, que ainda não fechou nenhuma aliança, tem 1 minuto e 34 segundos.

Alckmin disse, por meio de sua assessoria, que nada foi decidido e caberá a cada partido fazer suas escolhas na semana que vem.

Embora sem representantes na reunião, o PR chancelou o acordo para apoiar Alckmin.

Uma das principais resistências à aliança com o tucano foi vencida, a do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). Ele foi convencido a desistir de Ciro Gomes (PDT) por seus rompantes e incompatibilidade ideológica, especialmente depois de uma conversa entre economistas dos dois grupos.

O bloco, formado por DEM, PP, Solidariedade, PR, Avante, PRB e PHS sugeriu Josué Alencar (PR) para a vice na chapa. Alckmin não demonstrou resistência, ao contrário, disseram participantes.

O PP quer apoio do PSDB nas disputas em Santa Catarina e Alagoas. O PRB demanda uma vaga para disputar o Senado no Espírito Santo, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul.

O tucano se encontrou em uma casa nos Jardins com o presidente do DEM, ACM Neto, Rodrigo Maia, os deputados Paulinho da Força (SD-SP) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Marcos Pereira (PRB), e Luís Tibé (Avante-MG).

Segundo relatos, o presidenciável tucano se comprometeu a estudar uma forma de compensar o fim do imposto sindical de forma a garantir a sobrevivência dos sindicatos.

Outro ponto a ser ainda trabalhado são os palanques estaduais, sendo Minas Gerais o principal foco de atenção.

O DEM havia dado legenda para Rodrigo Pacheco se lançar ao governo mineiro. Com a aliança, precisa redefinir a chapa, já que PSDB tem o ex-governador Antonio Anastasia como pré-candidato.

Pacheco, que é presidente do DEM em Minas, afirmou à reportagem que sua pré-candidatura está mantida. “Não participei da discussão nacional”, disse.

A recondução de Maia na presidência da Câmara está subentendida no acordo, disseram líderes do bloco.