Ao completar 481 anos de história, o município de Ilhéus quer planejar o futuro em busca de uma cidade sustentável e com melhor qualidade de vida para os cidadãos. Durante a solenidade comemorativa pelo aniversário da cidade, no último domingo, 28, o prefeito Jabes Ribeiro assinou o Decreto 043/2015, que cria a Coordenação Geral para Proposição do Plano Ilhéus 500 anos.  Segundo o prefeito, o objetivo é realizar um planejamento a longo prazo, com o objetivo de “garantir coerência, eficiência e mais justiça social às políticas públicas elaboradas e executadas nas próximas décadas na cidade”.

A comissão é composta pelos secretários municipais de Planejamento, Joaquim Bastos – que a preside, de Relações Institucionais, Frederico Vésper, e de Meio Ambiente e Urbanismo, Antonio Vieira, e tem como finalidade propor ao prefeito diretrizes básicas para a elaboração do Plano Ilhéus 500 Anos, no prazo de 60 dias. De acordo com o decreto, as propostas serão formatadas à luz do Estatuto da Cidade e de outras normas, como a Lei Municipal de Uso e Ocupação do Solo.

O debate deve envolver todos os setores da municipalidade. A coordenação geral atuará nos âmbitos urbanístico, ambiental, econômico, social e institucional, com o objetivo de estabelecer os parâmetros e metas para os próximos 20 anos. Durante a assinatura do decreto, o prefeito Jabes Ribeiro enfatizou que, após a elaboração dos estudos que nortearão o plano, as propostas serão levadas a audiências públicas, para debate com a população ilheense.

História – Logo após o descobrimento do Brasil, em 1500, o rei de Portugal, Dom João III, resolveu dividir a colônia em Capitanias Hereditárias, com o objetivo de povoá-la mais rapidamente. A Capitania de São Jorge dos Ilhéus foi doada ao fidalgo português Jorge de Figueiredo Correia, em 1534, através de Carta Régia registrada em Évora, que enviou o espanhol Francisco Romero para representá-lo na administração da capitania.

Em 1754, o governo português acabou com o sistema de capitanias hereditárias e as terras brasileiras voltaram para as mãos da monarquia portuguesa. Romero se instalou na ilha de Tinharé, e depois descobriu o que seria mais tarde a Baía do Pontal. Ali se encantou e fundou a sede da capitania de São Jorge dos Ilhéos: São Jorge, uma homenagem ao donatário Jorge, e Ilhéus, devido à quantidade de ilhas que encontraram no seu litoral. Em 1746, Antonio Dias Ribeiro, da Bahia, recebeu sementes de cacau. Assim, introduziu o cultivo na Bahia. O primeiro plantio foi feito na fazenda Cubículo, às margens do rio Pardo, no atual Município de Canavieiras. Em 1752, foram feitos plantios no Município de Ilhéus.

Em 1818, os suíços Pedro Weyll e Saneraker adquiriram terrenos, e quatro anos depois trouxeram cerca de 161 colonos alemães para a região. Em 1870, um núcleo de imigrantes do Norte do Brasil foi fundado à margem do Rio Cachoeira, considerado o embrião da atual cidade de Itabuna.

Nos anos 1930, os fazendeiros de cacau são apresentados como um grupo de homens que haviam trabalhado para a construção da riqueza regional, apesar das enormes dificuldades econômicas e sociais. Em 1931, o governo federal declarou uma moratória nas execuções das dívidas dos agricultores de cacau e, através de Tosta Filho, criou o Instituto de Cacau da Bahia (ICB).