Pesquisa Datafolha publicada ontem aponta que o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, reduziu a distância do prefeito Bruno Covas (PSDB) faltando seis dias para a disputa pela prefeitura de São Paulo. De acordo com a pesquisa, Covas aparece com 48%, mesmo índice da pesquisa anterior, realizada nos dias 17 e 18, enquanto Boulos foi de 35% para 40%. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa indica que a Boulos conseguiu o voto de pessoas que antes diziam votar branco ou nulo.

Considerando os votos válidos, em que são excluídos os votos brancos, os nulos e os eleitores que se declaram indecisos, Boulos oscilou de 42% para 45% dos votos válidos, enquanto Covas oscilou negativamente de 58% para 55%. Este é o mesmo procedimento utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição. Para vencer no 2º turno, um candidato precisa de 50% dos votos válidos mais um voto

A principal diferença do segundo turno para o primeiro é o tempo de TV, que passou a ser dividido de forma igualitária entre os candidatos. No primeiro turno, ancorado em sua coligação de dez partidos, Covas teve 3 minutos e 29 segundos no horário eleitoral de TV, contra 17 segundos de Boulos.

Boulos cresceu em intenções de voto sobretudo nos estratos mais jovens do eleitorado: ele cresceu 6 pontos entre os eleitores de 16 a 24 anos e três pontos entre os eleitores de 25 a 34 anos.

Covas, entretanto, mantém sua vantagem em todos os recortes de renda familiar: vence tanto entre os mais ricos quanto entre os mais pobres. Guilherme Boulos, por outro lado, tomou a dianteira entre os eleitores com ensino superior.

Promessas

Especialistas da área tributária ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo afirmam que a Prefeitura de São Paulo precisa investir em mecanismos que permitam uma maior recuperação da dívida ativa. As propostas são recorrentes, mostra reportagem da edição de ontem do jornal O Estado de S. Paulo.

Em 2016, por exemplo, a equipe do então candidato João Doria, atual governador do Estado, falava em securitização – antecipação dos valores por meio de títulos vendidos ao mercado -, ideia descartada. Na atual campanha, Guilherme Boulos (PSOL) afirma que, caso eleito, vai aumentar a equipe de procuradores responsável pelos processos de cobrança e focar nos tributos não pagos por bancos privados. Boulos também se compromete a digitalizar toda a execução fiscal, medidas que, segundo o candidato, podem até dobrar o valor recuperado pela atual gestão, chegando a R$ 12 bilhões até o fim de 2024.

A campanha de Bruno Covas (PSDB), por sua vez, não tem feito desse tema uma discussão eleitoral. Quando questionado, o tucano afirma que continuará avançando na área, com o uso de tecnologia Em nota, a Secretaria de Comunicação diz ter implementado uma nova ferramenta de Big Data, que proporciona inteligência no tratamento dos dados, assim como automação na cobrança. Independentemente das estratégias de cada candidato, o professor Adib Kassouf Sad ressaltou a necessidade de se debater o tema de forma nacional, a fim de se flexibilizar a Lei de Execução Fiscal, de 1980. “Poderíamos tornar tudo mais simples, evitando, por exemplo, a consulta de um juiz para cada fase do processo, como a de penhora. Há locais onde isso ocorre por meio administrativo.”