Vários deputados foram ao Plenário da Câmara na última terça-feira (9) para destacar a Marcha dos Prefeitos, evento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) que ocorre nesta semana, em Brasília. A maioria dos parlamentares cobrou mais recursos para os municípios.
O deputado Pedro Uczai (PT-SC) defendeu a aprovação da proposta que acrescenta 1% ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM) na distribuição de recursos da União (PEC 391/17). Segundo ele, a Câmara também precisa discutir a regra de impostos sobre serviços (ISS) para planos de saúde, cartões e arrendamento mercantil (PLP 461/17). “Se queremos defender os municípios, vamos votar a Lei do ISS, tirar R$ 12 bilhões dos banqueiros e transferir para os municípios”, afirmou.
O deputado Marcelo Nilo (PSB-BA) também defendeu o aumento do Fundo de Participação dos Municípios. “Praticamente todos os municípios de pequeno e médio porte vivem hoje exclusivamente para o custeio e não têm recursos para investimento, porque o bolo dos recursos fica no governo federal”, criticou.
Pauta emergencial
Para o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), a defesa dos municípios é uma pauta emergencial. “Nós estamos acompanhando postos de saúde sendo fechados; unidades de atendimento básico para garantir a saúde da população sem condições de funcionar; prefeitos que não estão conseguindo manter o pagamento dos funcionários de hospitais, escolas, creches e centros de assistência à saúde; obras que não se realizam”, declarou.
O deputado Bosco Costa (PR-SE) destacou que os prefeitos estão “com o pires na mão”. “Estou solidário aos prefeitos. Só uma reforma tributária poderá resolver a questão dos municípios brasileiros”, disse.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, defendeu a reforma da Previdência durante a abertura da marcha. Para Maia, as pautas que garantem mais recursos para os municípios só serão votadas se a reforma da Previdência for aprovada.
Prisão de Lula
Outro tema de destaque no Plenário, especialmente entre os integrantes da bancada petista, é o marco de um ano da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro na ação sobre o tríplex no Guarujá.
Os petistas saíram em defesa de Lula e destacaram que se trata de uma prisão política. “Esperamos que a Justiça pare de jogar sujo e vote a liberdade do presidente Lula, porque ele é inocente”, afirmou o deputado Marcon (PT-RS).
Para a deputada Erika Kokay (PT-DF), não há provas nem crimes. “Quando se aprisiona o Lula, aprisiona-se muito mais que uma pessoa, aprisiona-se a perspectiva de termos um País mais justo, mais igualitário”, disse.
O deputado Sanderson (PSL-RS), por outro lado, minimizou o tema. “Neste um ano de prisão do ex-presidente Lula, é imperioso registrar que a sua prisão é uma opção única e exclusiva dele mesmo quando resolveu partir para o mundo criminoso”, disse.
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