(08/03/2025) – Hoje, temos muito que refletir. Percebemos que as conquistas e mudanças relacionadas à participação das mulheres no mercado de trabalho acontecem lentamente. Já se conquistou alguns espaços, mas, ainda tem um longo caminho…

Numa justa homenagem a essas mulheres guerreiras, manifestamos nossos sentimentos de gratidão. Estando Presidente do legislativo ilheense, saudamos a capacidade e a importância dessa grandeza feminina.

No dia 8 de março de 2025, junte-se a nós para celebrar o Dia Internacional da Mulher com o tema: “Para TODAS as mulheres e meninas: Direitos. Igualdade. Empoderamento.”

Estimava que a principal revolução desencadeada pela sociedade ocidental em toda a sua história aconteceu no século XX, quando as mulheres conquistaram o direito a uma identidade própria, sem a necessidade de se definir a partir de sua relação com o pai ou com marido. Entretanto, este direito ainda hoje não é pleno em muitos aspectos.

Uma alegoria dessas lutas é o dia 8 de março, escolhido pelas Nações Unidas como o dia internacional da mulher. Atualmente, cerca de setenta nações adotam esta data, que faz referência à greve de mulheres russas no prenúncio da revolução de 1917.

Um resultado dessa mobilização é que por vezes transparece para a sociedade, através da mídia de massa, certa igualdade de gênero social. Contudo, isto não acontece, nem mesmo de modo razoável: a mulher continua a receber salários defasados, a ser brutalizada fisicamente, e a ocupação de espaços sociais permanece desequilibrada, de modo que a suposta identidade própria permanece comprometida.

A busca por identidade social própria é uma das respostas fundamentais à histórica violência contra a mulher. Esta violência possui um caráter explícito, associado muitas vezes à vergonha e ao preconceito, e outro implícito, marcado também pelo preconceito, mas caracterizado por certa invisibilidade social.

Então por que o Dia Internacional das Mulheres é realizado no dia 8 de março e por que esta data é tão significativa? É comum depararmo-nos com distintas explicações, mas uma bastante comum é a de que a data seria uma homenagem às centenas de trabalhadoras mortas em um incêndio ocorrido em 1857. Frente a esta polêmica, a pesquisadora Ana Isabel González (2010) traz importante contribuição que comentamos a seguir.

No livro “As origens e a comemoração do Dia Internacional das Mulheres” (Expressão Popular/Sof, 2010), a autora busca desvendar as reais origens do Dia Internacional das Mulheres, o 8 de março. Ela demonstra que este “mito” encontra algum referencial na história e detém uma importância histórica para as lutas das mulheres, pois nesta tragédia, em que morreram 146 pessoas (123 mulheres), estavam as protagonistas da primeira greve organizada exclusivamente por mulheres naquele país. Uma greve que se alastrou por diversos estados nos Estados Unidos, levando à paralisação de entre 30 e 40 mil trabalhadores da indústria têxtil.

Mas, na mesma pesquisa, a autora traz evidências de que embora este incêndio tenha ocorrido em março de 1911, na fábrica The Triangle Shirtwaist Company, nos Estados Unidos, não é este o acontecimento original que levou à escolha do dia 8 de março como Dia Internacional das Mulheres. Ela argumenta que tal escolha deveu-se à importância das manifestações das mulheres como estopim do processo que culminou na Revolução Russa, em 1917, manifestações ocorridas no dia 8 de março, ou 23 de fevereiro no antigo calendário russo.

Foi durante a Conferência das Mulheres Comunistas, paralela ao III Congresso da Internacional Comunista em 1921, que a data foi acordada, como forma de lembrar a importância da organização das mulheres trabalhadoras para a Revolução Russa, nas lutas sociais gerais, estabelecendo uma data comum como dia Internacional, unificado, de luta das trabalhadoras.

PARABÉNS  À TODAS AS MULHERES!
Um abraço

César Porto