Das 4.436 pessoas presas em flagrante, em 2020, 3.936 eram pretas e pardas – 98% do total. Do outro lado, 79 pessoas autodeclaradas brancas. Os dados da Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE/BA) foram lançados por meio de um relatório, na sexta-feira (10), Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Os números apontam também que há a subnotificação de casos de prisões em contexto de tortura, 84%, equivalente ao dobro do que foi registrado em 2019.

O relatório ‘Autos de Prisão em Flagrante na Comarca de Salvador (ano 2020)’ aponta que de 4.436 pessoas presas em flagrante no ano passado, 318 relataram ter sofrido lesão no momento da prisão, 359 afirmou não ter sofrido lesão, sendo que a informação não foi coletada em 3.759 dos casos.

Em relação a autodeclaração de cor, o documento mostrou que 300 (7,62%) dos pretos e pardos relataram ter sido agredidos, enquanto que 343 relataram não ter sido agredidos. Essa informação, contudo, não esteve presente em 3.293 dos casos envolvendo pretos e pardos. Já quanto aos brancos, cinco (6,33%) relataram ter sido agredidos, ao passo que quatro relataram não ter sofrido agressões. Em 70 casos, esta informação estava indisponível.

De acordo com o relatório, entre setembro de 2015 e dezembro de 2020, foram registrados 27.382 Autos de Prisão em Flagrante.