Mais de cinquenta pessoas movimentaram a Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), na manhã desta terça-feira (31), para a realização de uma Audiência Pública sobre a atual situação, importância do tratamento e prevenção da tuberculose no Brasil, especialmente na Bahia. O propositor do evento foi o deputado estadual José de Arimateia, que também é vice-presidente do Colegiado. O ato aconteceu na Sala Eliel Martins, se estendeu até as 13h e reuniu a comunidade baiana, representantes da saúde e entidades ligadas ao tema.

No ensejo, o deputado Arimateia propôs na Casa Legislativa a criação de uma Frente Parlamentar de Combate à Tuberculose pelo fato da Bahia ser o terceiro estado com maior incidência da enfermidade, e ainda sem condições de atender a alta demanda. “Como pode termos 417 municípios na Bahia e contamos somente com cinco aparelhos de Teste Rápido Molecular (TRM) para o diagnóstico da tuberculose? A doença é curável e, lamentavelmente, 8% da população ainda desconhece sua existência. Precisamos disseminar informações sobre a enfermidade e oferecer condições para os pacientes aderirem ao tratamento”, questionou Arimateia.

Segundo informações do Subsecretário de Saúde do Estado da Bahia, Roberto Badaró, a tuberculose é uma doença infecciosa. Se não for tratada, pode levar a óbito. O tratamento é realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que disponibiliza a medicação aos pacientes. “É preciso que a sociedade se envolva mais no assunto, por isso louvo a iniciativa dessa Comissão”, disse.

Conforme relatou a Diretora Geral do Hospital Couto Maia, a médica infectologista Ceuci de Lima Nunes, 20% das pessoas se apresentam às instituições médicas com a tuberculose associada ao HIV. Ela classificou como insustentável a situação do hospital. “Com a nossa estrutura física e pessoal, está sendo muito difícil. Basta afirmar que atualmente só oferecemos raio x do tórax, assim não conseguiremos manter uma assistência adequada, como gostaríamos”, explicou, ressaltando que o projeto do novo Couto Maia era para ser entregue em setembro de 2014, mas está com 15% paralisada.

A Técnica do Programa Nacional de Controle da Tuberculose e Secretária de Vigilância do Ministério de Saúde, Daniele Maria Pelissari, fez uma explanação sobre o controle da doença na Bahia, segundo a avaliação do Ministério, em torno das dificuldades e expectativas. Pelissari chamou a atenção sobre o baixo percentual da cultura de tratamento da tuberculose no Brasil, apesar do fato de que, na Bahia, ela aponta uma queda de novos casos da enfermidade no estado, em 2011.

Também estiveram presentes a assistente social da Diretoria de Vigilância Epidemiológica / DIVEP – SESAB e coordenadora do Grupo Técnico do Programa de Controle da Tuberculose da Bahia, Rosângela Palheta de Oliveira Menezes, o diretor do Hospital Estadual Octavio Mangabeira, Leandro Lobo, além de ativistas da causa.