A vice-presidente dos Estados Unidos (EUA), Kamala Harris, disse hoje (18), na Conferência de Segurança de Munique, que a Rússia cometeu crimes contra a humanidade na guerra contra a Ucrânia, e pediu que seja feita justiça.
“Os Estado Unidos estabeleceram formalmente que a Rússia cometeu crimes contra a humanidade na Ucrânia”, afirmou Kamala em discurso no encontro. Ela reafirmou o apoio, durante o tempo que for preciso, dos Estados Unidos à Ucrânia, e a solidariedade da ligação transatlântica e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) contra a Rússia.
Segundo a vice-presidente, citada pela agência France-Presse, os EUA examinaram as provas e “não há nenhuma dúvida de que se trata de crimes contra a humanidade” perpetrados pela Rússia na Ucrânia.
Ela citou casos de execuções sumárias, torturas e violações, bem como a transferência forçada de centenas de milhares de civis ucranianos para a Rússia. “Digo a todos os que cometeram esses crimes e aos seus superiores ou cúmplices: vocês serão responsabilizados”.
Esta é a primeira vez que os Estados Unidos atribuem formalmente à Rússia a autoria de crimes de guerra e contra a humanidade na Ucrânia desde a invasão ao país, em 24 de fevereiro de 2022.
O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, assegurou que não se trata de fatos casuais ou isolados. Ele falou em “ataque generalizado e sistemático feito pelo Kremlin contra a população civil na Ucrânia”.
Blinken disse ainda que, ao usar a qualificação de crimes contra a humanidade, os EUA se comprometem que os membros das forças russas e outros responsáveis, que não foram identificados, “sejam responsabilizados pelos seus atos” perante a Justiça.
“Não pode haver impunidade quanto a esses crimes”, afirmou Blinken, que deverá encontrar-se o chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, na conferência de Munique.
Desde o início da invasão, os Estados Unidos registaram mais de 30.600 casos de crimes de guerra cometidos pelas forças russas na Ucrânia, segundo o Departamento de Estado norte-americano.
Em setembro, investigadores das Nações Unidas acusaram Moscou de crimes de guerra “em grande escala” na Ucrânia, especialmente atos de tortura e violações sexuais.
Kiev pediu a instalação de um tribunal especial para julgar responsáveis russos, mas a sua criação levanta questões jurídicas complexas.
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