O marqueteiro João Santana, que trabalhou em campanhas presidenciais de Lula e Dilma Rousseff, deixou de declarar participação societária em quatro empresas que mantém no exterior. Ele apresentou à Receita uma retificação em novembro de 2015, em pleno desenvolvimento da Operação Lava Jato, segundo relatório da Receita Federal que integra a Operação Acarajé, 23ª fase da Lava Jato, para incluir a posse das quatro empresas.

Um relatório da Receita apontou “incompatibilidades” e “divergências” em diversas declarações de Imposto de Renda de Santana e de sua mulher, Mônica Moura, além de levantar indício de “variação patrimonial a descoberto” em três anos.

Na retificadora encaminhada à Receita em 2015, que corrigiu dados informados de 2010 a 2014, Santana reconheceu participação em suas empresas em El Salvador (denominada Polistepeque Comunicación), com capital social estimado por ele em R$ 2.124,48, na República Dominicana (Polis Caribe Comunicación), com R$ 1.197,60, no Panamá (Polis America), com R$ 8.795,93, e na Argentina (Polis Propaganda), com R$ 8 mil.

De acordo com o relatório da Receita, a empresa de Santana na Argentina fora constituída em 1º de abril de 2003, porém só 12 anos depois Santana reconheceu suas ações à Receita brasileira. A empresa de El Salvador fora criada em 2009, a da República Dominicana, em 2011, e a do Panamá, em 2013.