Lideranças do União Brasil que estão no partido desde os extintos PFL e DEM pressionam o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, secretário-geral da sigla, a assumir uma postura contra o movimento de adesão da legenda ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo.

O DEM/PFL se manteve na oposição durante todos os governos petistas. Nesse período, ACM Neto chegou a ser líder do partido na Câmara Federal, antes de ser prefeito. No momento atual, o presidente nacional do União Brasil, o deputado federal Luciano Bivar (PE), e o senador do partido David Alcolumbre (AP) negociam cargos no governo federal. O União Brasil já abocanhou três ministérios por influência direta dos dois.

Parte do partido acusa Bivar e Alcolumbre de agir sem consultar outros quadros da sigla, e pressiona ACM Neto a retornar do exterior, onde está em viagem, para assumir uma postura combativa contra o adesismo. “A maioria do União Brasil é centrista e não vai fazer parte de forma aderente ao governo. A participação nos três ministérios não determina que o partido esteja na base de Lula”, disse o ex-senador José Agripino (RN).

Vale lembrar que até aliados de ACM Neto na Bahia negociam cargos no governo federal, como é o caso do deputado federal Elmar Nascimento, que é líder da legenda na Câmara. O parlamentar, que chegou a ser cotado para o ministério, atua de forma coordenada com o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL) para manter o controle da Codevasf.

A escalada da crise no União Brasil deve avançar na reunião da bancada prevista para os próximos dias, quando um manifesto articulado pelo deputado Danilo Forte (CE) será divulgado. O documento defende a independência da sigla.