Uma iniciativa frustrada em 2014 ganhou ímpeto nesta sexta-feira (7): dois blocos regionais, o Mercosul e a Aliança do Pacifico, decidiram unir esforços para ampliar o comércio na América do Sul e conquistar novos mercados. A decisão foi tomada numa reunião, em Buenos Aires, entre os ministros das Relações Exteriores e da Indústria e Comércio do Brasil e de mais sete países.
O encontro ocorreu no momento em que Buenos Aires foi sede do Fórum Econômico Mundial da América Latina e em que o governo argentino ocupa a presidência rotativa do Mercosul. Estavam presentes os ministros dos quatro países fundadores (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) e dos quatro membros da Aliança do Pacifico (Chile, Colômbia, México e Peru).
“Estamos avançando na integração, num momento em que reina a incerteza em nível internacional e se observam pressões protecionistas, nacionalistas e inclusive xenófobas”, disse em entrevista coletiva o chanceler chileno, Heraldo Muñoz, referindo-se a decisão dos Estados Unidos de rever acordos de integração e a força conquistada, nos últimos tempos, por partidos nacionalistas de direita na Europa.
No documento divulgado no final da reunião, os oito países se comprometeram a avançar em determinadas áreas, antes de discutir a redução de tarifas: cadeias regionais de valor, cooperação alfandegária, promoção de pequenas e médias empresas, redução de barreiras não tarifárias e facilitação no comércio de bens e serviços.
Tanto o Mercosul, quanto a Aliança do Pacifico concordaram que o volume de comércio entre os oito países é baixo, comparado com outras regiões, e que existe um potencial para crescer sem ter que depender da exportação de commodities (mercadorias em estado bruto ou produtos primários comercializados internacionalmente, como café, algodão, soja, boi gordo, minério de ferro e cobre), cujos preços no mercado internacional baixaram depois de uma década em alta. “O comércio intra-regional na União Europeia chega a 69%; na Ásia chega a 55% e aqui na América Latina a apenas 18%”, disse Muñoz.
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