O Ministério Público estadual em conjunto com o Ministério Púbico do Trabalho na Bahia (MPT), a Associação Nacional das Baianas de Acarajé e Mingau (Abam) e a Comissão dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) emitiram nesta sexta-feira (01) uma nota de esclarecimento em relação à importância e valorização da profissão das baianas de acarajé, mingau e receptivo, que relataram prejuízos na contratação dos seus serviços devido à repercussão do suposto caso de racismo e desrespeito à integridade de símbolos religiosos ocorrido em evento privado na cidade de Salvador no mês de fevereiro.

A nota conjunta é fruto de uma audiência pública promovida pelo MPT, no último dia 22, onde ficou estabelecida a necessidade de esclarecer aos poderes e agentes públicos, aos meios de comunicação, ao setor privado e a toda sociedade brasileira a importância do ofício das baianas de acarajé, considerado patrimônio cultural do Brasil e ligado à resistência e preservação da identidade de um povo obrigado a adaptar seus costumes para sobreviver.

De acordo com a nota, a presidente da ABAM, Rita Santos, narrou que as profissionais que trabalharam no referido evento estão recebendo mensagens ofensivas nas redes sociais e perderam contratos para trabalho de receptivo pelo temor dos clientes de que a presença delas desencadeie uma repercussão negativa. O Ministério Público, por meio da Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa, possui procedimento instaurado e investiga o caso do suposto crime de racismo. Confira a nota completa.