O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que Procuradoria-Geral da República (PGR) ouça imediatamente a deputada Carla Zambelli (PL-SP) sobre o caso em que ela apontou uma arma e perseguiu um homem no bairro nobre dos Jardins, em São Paulo. Caberá agora ao Ministério Público investigar o caso, que aconteceu na véspera do domingo de eleição.
Após a própria PGR solicitar o depoimento, Gilmar entendeu que os possíveis crimes relacionados à conduta de Zambelli precisam ser investigados com a supervisão do Supremo. Como é deputada federal, ela tem foro privilegiado no STF.
No despacho, Gilmar defendeu uma investigação com um “ritmo adequado” em virtude da relevância do episódio. O ministro citou possíveis crimes de porte ilegal e disparo de arma de fogo e “infrações penais contra a liberdade pessoal, a honra ou a vida dos envolvidos”.
“Destaque-se que há informações divulgadas pelos meios de comunicação que indicam que a parlamentar federal se encontra atualmente nos Estados Unidos, circunstância que certamente não é ignorada por parte da Procuradoria-Geral da República”, afirmou o ministro na decisão.
Na última quinta-feira (3), a parlamentar confirmou que estava em viagem aos Estados Unidos cumprindo agenda pessoal. Após o episódio no bairro de Jardins, Zambelli teve as contas nas redes sociais suspensas por incentivar a paralisação de caminhoneiros e o bloqueio de rodovias em contestação ao resultado das urnas, que deu a vitória a Lula (PT).
O ministro, então, determinou que a deputada e a PGR providenciem os meios processuais e o formato do depoimento com “soluções tecnológicas”, “sob pena de revelia e de prosseguimento das apurações independentemente dos esclarecimentos a serem prestados pela parlamentar”.
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