Principais atores da Operação Lava Jato, o ex-juiz federal e senador eleito Sergio Moro (União Brasil-PR) e o ex-procurador e deputado federal eleito Deltan Dallagnol (Podemos-PR) criticaram a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de revogar a prisão do ex-governador Sérgio Cabral, que está preso há seis anos. Ele era o único condenado da Lava Jato que permanecia preso em regime fechado.

Nas redes sociais, Dallagnol lamentou a decisão do ministro Gilmar Mendes, que votou a favor do fim da prisão do ex-governador. “Aconteceu. É o fim. O último preso da Lava Jato, e um dos que mais representou a absoluta falência moral e a decadência da corrupção no Brasil, foi solto pelo STF, com voto decisivo de Gilmar Mendes”, escreveu o ex-procurador.

“Não iremos desistir de combater à corrupção: lutaremos pelo Brasil!”, publicou Dallagnol.

Moro também criticou o habeas corpus e afirmou que vai lutar no Senado para “restabelecer a verdade e a justiça”.

“Sergio Cabral solto, a responsabilidade fiscal abandonada, as estatais ameaçadas pela volta do loteamento político. Vivemos tempos desafiadores nos quais a honestidade parece ter sido banida. Lutaremos no Senado para restabelecer a verdade e a justiça.O seu apoio será fundamental”, escreveu Sergio Moro.

Último político que ainda estava preso devido a processos da Operação Lava Jato, Cabral pode deixar a cadeia até segunda-feira (19). O ex-governador aguarda a expedição do alvará de soltura, segundo a defesa.

Os ministros do STF analisaram uma ordem de prisão expedida em 2016 por Moro, que na época atuava na Vara Federal de Curitiba. Além do habeas corpus, os ministros também julgam outra ação impetrada pela defesa de Cabral, que cita como precedente a anulação das condenações do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O petista também foi condenado e chegou a ficar um ano e sete meses preso em Curitiba, no âmbito da Operação Lava Jato. No entanto, em março do ano passado, sua condenação foi anulada pelo STF, que considerou o ex-juiz Sergio Moro parcial na condução das ações contra o petista.

Os advogados do ex-governador sustentam que a análise do processo não deveria estar sob a alçada do juízo da Lava Jato. Em nota, a defesa afirma que “o Supremo Tribunal Federal reconheceu a ilegalidade de manter preso o ex-governador” e que “confia em uma solução justa, voltada ao reconhecimento de sua inocência e de uma série de nulidades existentes nos demais processos a que responde”.

Eleições – Moro e Dallagnol foram eleitos pelo Paraná nas eleições deste ano. O ex-ministro da Justiça do presidente Jair Bolsonaro (PL) obteve 33,5% dos votos válidos, derrotando o deputado federal Paulo Martins (PL) e o senador Álvaro Dias (Podemos). Já o ex-procurador foi o candidato a deputado federal mais votado no estado, com 344.917 votos.