Na noite desta quinta-feira(3), lideranças de diversos movimentos sociais e partidos políticos se reuniram na sede do SINDADOS, localizada no bairro de Nazaré, para discutir o lançamento da “ Frente Povo Sem Medo”. Militantes do movimento estudantil secundarista e universitário, agricultores familiares, intelectuais, professores, sindicalistas, lideranças do PSOL, PT, PC do B e PCR definiram as prioridades e linha programática da “Frente Povo Sem Medo” na Bahia.
Franklin Oliveira, representante da Intersindical, explicou que a Frente não é uma central sindical e todos os grupos vão possuir o mesmo peso político. “Temos vários sindicatos, representantes dos movimentos sociais e lideranças de diversos partidos políticos”, esclareceu.
Para Gregório Motta, militante do movimento estudantil da UFBA , a solução que está sendo dada à política de ajuste fiscal está sendo jogada nas costas dos trabalhadores. A Frente Povo Sem Medo deverá lutar contra o ajuste fiscal e a pauta conservadora. “Nenhuma Frente pode ter legitimidade se não lutar em defesa do trabalhador. O movimento social é para lutar de forma independente do Governo. O recorte de classe é fundamental à constituição do Povo Sem Medo”, pontuou.
O militante do Partido dos Trabalhadores, Humberto Guanais, salientou que a Frente Brasil Popular estava muito baseada na defesa da “ instituição governo”. Segundo Guanais, os movimentos sociais devem continuar lutando pela manutenção dos direitos conquistados durante a gestão petista e avançar na luta por mais direitos.
Para França, representante do SINDADOS, a Frente precisa discutir o que vai acontecer depois do Impeachment de Dilma e afirmou que o pedido de impeachment não deve ser visto como “golpe”. Entretanto, França disse que não adianta tirar Dilma e colocar no lugar o PMDB. “ Não vejo nenhuma vantagem em o PMDB assumir o Governo”. O sindicalista lembrou de algumas reformas feitas pelo Governo do PT que prejudicaram a sociedade brasileira. França destacou a Reforma da Previdência e as alterações no auxílio desemprego. “Esse Governo não atende aos interesses da classe trabalhadora”, frisou.
De acordo com uma das principais lideranças do Movimento Passe Livre (MPL), Walter Takemoto, o governo que tomou posse, não foi o mesmo governo governo que foi eleito no segundo turno. Para ele, não existia a esperança que a reeleição de Dilma fosse garantir um governo socialista e representante da classe trabalhadora.
Apesar das críticas à gestão petista, Takemoto pontuou que é contra o pedido de Impeachment da Presidente da República e afirmou que os setores mais conservadores estão a favor da saída de Roussef. “ É um engano acreditar que as eleições gerais vão conseguir colocar a classe trabalhadora no poder. A direita é quem vai ganhar essa disputa contando, ainda, com o apoio da base popular”, explicou.
Roquildes Ramos, do Instituto Mandela Para Assuntos da Segurança Prisional no Brasil, as instituições do movimento negro são cooptadas pelo Governo petista. De acordo com ele, a elite brasileira acredita que o movimento socialista encontra-se morto.
Segundo Fábio Nogueira, pré-candidato do PSOL à prefeitura de Salvador, o Impeachment é um ataque ao Estado Democrático e de Direito. “ O Impeachment é um retrocesso e não vai trazer benefícios para o povo brasileiro. Precisamos construir uma saída à esquerda. Temos que construir instrumentos políticos fortes e temos que tomar às ruas”, ressaltou.
O ex-petista, recém filiado ao PSOL, líder camponês e professor, Moacir Pinho, frisou que a grande riqueza da Frente Povo Sem Medo é conseguir aglutinar pessoas com diversos pontos de vista, contemplando a diversidade de opiniões. “ Vamos ter que desconstruir essa ideia de que a direita é a saída para os problemas do país. Nosso objetivo é barrar o avanço da direita racista e fascista”, frisou.
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