O desequilíbrio no número de horas trabalhadas entre homens e mulheres aumentou entre 2005 e 2015, segundo novos números levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Enquanto uma mulher trabalha em média 53,6 horas por semana, um homem atua em apenas 46,1 horas. A diferença entre os dois gêneros em 2015, portanto, é de 7,5 horas. O número é pior do que o registrado pelo instituto em 2005, de 6,9 horas.

Uma das justificativas para o desequilíbrio é o tempo que cada gênero dedica a tarefas domésticas. Ao mesmo tempo que mulheres declaram gastar 24,4 horas semanais com tais atividades, metade dos homens entrevistados afirma não fazer nada em casa.

Os dados podem alimentar o debate sobre a reforma da Previdência. O governo defende a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria de homens e mulheres, sem distinção, e se apoia no discurso de que as mulheres têm trabalhado mais no mercado de trabalho e menos em casa. Os números mostram que, em anos recentes, o balanço de trabalho doméstico não avançou em direção ao equilíbrio, mas ao desequilíbrio.