Um dos alvos da Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal (PF), o economista e blogueiro Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho é neto de João Batista Figueiredo, o último presidente da ditadura militar (1964-1985).

O governo de Figueiredo foi marcado pela abertura política, iniciada pelo seu antecessor, Ernesto Geisel. Também foi marcada por atentados terroristas, entre os quais o Atentado do Riocentro, que ocorreu em abril de 1981.

Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho é investigado pela propagação de fake news para incentivar ataques contra militares contrários ao golpe em programas de rádio e televisão.

De acordo com a PF, Paulo fazia parte de um grupo responsável por incitar militares a aderir ao golpe. As acusações contra o blogueiro giram em torno de participações que ele fez em programas televisivos e nas redes sociais.

“Eu apurei que há (generais do Alto Comando do Exército) que têm se colocado de forma aberta contra uma ação mais contundente das Forças Armadas. Mas, hoje, por um dever cívico, vou dar nome aos bois, pois o povo brasileiro tem direito de saber quem é quem”, disse Paulo em 22 de novembro de 2022, em publicação nas redes sociais reproduzida no relatório da Polícia Federal.

A fala do jornalista desencadeou uma campanha nas redes sociais que passou a caluniar e a difamar os generais, qualificados como carreiristas, traidores e melancias. Entre os alvos, estava o general Tomás Paiva, atual comandante do Exército.

Na decisão que deflagrou a operação realizada na quinta-feira, Moraes ordenou que Paulo fosse alvo de busca e apreensão pessoal e domiciliar e sofresse medidas cautelares diversas da prisão, como a proibição de manter contato com outros investigados pela operação e a desativação das suas redes sociais.