A Ordem dos Advogados do Brasil na Bahia (OAB-BA) afirmou que vai cobrar da Corregedoria da PM e da Secretaria de Segurança Pública uma investigação transparente e minuciosa sobre a ação policial na Gamboa, que deixou três mortos, na madrugada da última terça-feira (1). A entidade afirma que diante da gravidade das acusações, os policiais envolvidos na ocorrência devem ser afastados, além de serem tomadas medidas de proteção às testemunhas.

Em nota assinada pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos, Eduardo Rodrigues, a Ordem informou também que cobrará ainda urgência na instalação de câmeras em viaturas e fardas da PM-BA, “prometida pelo governo do Estado desde o ano passado, que no mundo inteiro vem garantindo mais transparência às ações policiais, reduzindo sua letalidade e garantindo mais proteção aos próprios agentes e aos outros cidadãos”.

Segundo a PM, as mortes resultaram de uma troca de tiros. Os policiais teriam ido averiguar uma denúncia e, ao chegarem ao local, teriam sido recebidos a bala, tendo apenas revidado ao ataque. A polícia diz que com o trio foram apreendidas armas e drogas. Não foram apresentados antecedentes criminais dos mortos.

Durante protesto realizado na manhã da última terça-feira (1), na Avenida Contorno,  moradores da Gamboa de Baixo, familiares e vizinhos dos três jovens negros mortos denunciaram ter havido uma execução sumária e que os três jovens estariam desarmados, e teriam sido vítimas de uma ação agressiva dos policiais. Segundo as testemunhas, os PMs teriam chegado atirando, usando gás lacrimogêneo e de pimenta e ofendendo os moradores.