O governo do Panamá anunciou nesta terça-feira (27) que o grupo brasileiro Odebrecht, acusado de pagar 59 milhões de dólares em subornos no país para obter contratos, não poderá participar de futuras licitações.

De acordo com um comunicado lido pelo ministro da Presidência, Álvaro Alemán, o governo do Panamá decidiu “adotar as ações necessárias para proibir que o Grupo Odebrecht obtenha qualquer contrato em futuros processos de licitação pública”.

A proibição estará vigente até que a Odebrecht demonstre “uma colaboração efetiva e eficaz nas investigações do Ministério Público e se garanta os valores que o grupo deve restituir ao Estado” pelos prejuízos causados, declarou Alemán.

O comunicado não informa o valor que a Odebrecht deverá ressarcir para poder participar de futuras licitações. Alemán acrescentou que o governo do Panamá adotará “medidas” para que a Odebrecht abandone os distintos processos de concorrência para os quais estava pré-qualificada, como a construção da Linha 3 do metrô da capital e a quarta ponte sobre o Canal do Panamá.

O governo panamenho também cancelará “sem custo para o Estado” um contrato com a Odebrecht para a construção de uma hidroelétrica.

Subornos – O departamento de Justiça dos Estados Unidos concluiu que a Odebrecht pagou subornos em nove países latino-americanos para obter contratos.

No Panamá, o grupo teria pago entre 2010 e 2014 mais de 59 milhões de dólares em subornos, para fechar contratos totalizando 175 milhões de dólares.