Caros amigos, na História Ocidental temos alguns exemplos interessantes e que se assemelham com nossa realidade e contexto atual. Assim como em nossa lendária Ilhéus, existiu uma pequena cidade chamada Valéria, que ficava localizada em uma região afastada do Grande Império Romano, lá viveu um homem descendente de uma família muito influente no passado, mas que havia caído em desgraça por alguns escândalos financeiros e políticos, ele se chamava Marco Catilina que carregava consigo um nome que ainda ecoava forte nos corredores do poder municipal. Ele estava determinado a restaurar e reconstruir o prestígio de sua família e faria tudo para que isso acontecesse.

Nosso nobre Catilina resolveu que para resgatar o nome de sua família deveria concorrer ao cargo de Edil municipal, um cargo de segundo escalão, pois assim como Ilhéus da atualidade Valéria enfrentava sérios problemas, tais como, desigualdade social, desemprego, falta de moradia e a população refém de politiqueiros encastelados que utilizaram o poder concedido para aumentar seus privilégios e de alguns poucos favorecidos esquecendo de quem os elegeu, indiferentes aos problemas do povo, afastados de suas reponsabilidades. Foi nesse cenário que Catilina viu uma oportunidade.

Em seus discursos na praça central, ele prometeu reformas ousadas: a redução dos impostos para os pequenos comerciantes, a construção de moradias populares e a criação de empregos através de obras públicas. Mas não era Prefeito!

Com uma retórica envolvente e carismática conquistou as massas, teve sucesso em suas primeiras medidas como Edil Municipal, mas criou a sensação de ser uma ameaça a quem não queria se afastar de seus privilégios, que queriam que não houvesse nenhuma mudança. Os acordos feitos fizeram com que Catilina se sentisse protegido e aceito por eles, se apresentaram como “aliados”, prontos para ajudar e resolver os problemas que, estando no poder, nunca resolveram, e esses grupos, nas sombras, se aproveitaram para tramar e criar insatisfação no povo e fazer com que Catilina se perdesse em seus objetivos de governar e chegar a ser Prefeito para resgatar o nome da família e fazer a cidade prosperar e seu povo ter dignidade.

Alianças questionáveis, promessas populistas e táticas para manter interesses pessoais ou de grupos específicos, assim como no passado do Grande Império Romano devem servir de exemplo para nossa Gestão municipal, para nossos Timoneiros eleitos Valderico Junior e Wanessa Gedeon, é um clássico de como a ambição desmedida pode levar ao caos quando se coloca interesses acima do bem comum, é um alerta sobre os perigos da política quando ela é movida pela ganância e pela sede de poder.

“O poder nunca é propriedade de um indivíduo;

pertence a um grupo e só existe enquanto o grupo se mantém unido.”

(Hannah Arednt) – foto destaque

 

 

*Prof. Lucio Gusmão é professor de História, intelectual e colaborador exclusivo do site jornaldoradialista.com.br