(ILHÉUS) – Caros Amigos, eis que nos deparamos com cenas lamentáveis em nossa Câmara Municipal, que deveria ser um espaço de representação democrática, deveria ser o palco do diálogo, da construção coletiva e do respeito às diferenças, no entanto, o que se observou nesta quarta-feira, 26, em plena sessão ordinária, foram cenas de destempero, e, me atrevo a dizer, inseridas no contexto de estratégias maquiavélicas que não apenas desvirtuam o propósito da instituição, mas também contribuem para a escalada da violência no âmbito político e social.
O destempero nas falas dos vereadores que foram amplamente divulgadas, e estamos ainda no inicio dessa legislatura, é um fenômeno preocupante. Nossos Vereadores não podem perder a noção de que quando as discussões deixam de ser pautadas pela racionalidade e pela busca do bem comum, e passam a ser dominadas por ataques pessoais, gritarias e ofensas, a credibilidade da política é corroída, sua credibilidade pessoal é corroída e eles não são pagos para isso. Esse comportamento não só afasta a população do processo democrático, como também normaliza a agressividade como forma de comunicação.
O destempero, muitas vezes, é uma manifestação de frustração ou de despreparo para lidar com divergências, mas também pode ser uma estratégia calculada para desestabilizar o adversário e ganhar visibilidade, para servir de conteúdo para suas redes sociais em suas bolhas, mas é um procedimento bem discutível para quem foi eleito, reitero, eleito para representar uma população,
Maquiavel, em sua obra O Príncipe, e que muito se interpreta de forma equivocada, fez surgir o conceito de maquiavelismo, que em sua essência reflete a utilização de meios questionáveis para alcançar fins políticos e o que vimos essa semana na Câmara Municipal pode se traduzir nesse sentido, em manipulações de informações, em discursos inflamados que incitam a divisão e até mesmo a promoção de conflitos para beneficiar interesses particulares ou de grupos específicos. O maquiavélico age com frieza, priorizando o poder acima de tudo, mesmo que isso signifique sacrificar a ética e o bem-estar coletivo. Não pode se repetir!
Quando os representantes públicos adotam posturas agressivas, manipuladoras, eles enviam uma mensagem perigosa à sociedade: a de que a violência, seja verbal, emocional ou até física, é uma ferramenta legítima para resolver conflitos
A violência política não é inevitável; ela é fruto de escolhas. E são essas escolhas que precisam ser questionadas e transformadas, para que a Câmara Municipal possa cumprir seu verdadeiro papel: ser um espaço de construção, não de destruição.
FOTO: DESTAQUE, CMI.
_”A violência política não é apenas ineficaz, mas também imoral. Ela destrói comunidades e desumaniza tanto o agressor quanto a vítima.”_
Martin Luther King Jr.
*Lúcio Gusmão é Professor de História e Filosofia. E, semanalmente escreve exclusivamente para o JORNAL DO RADIALISTA e RÁDIO WEB FREQUÊNCIA.
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